OAB quer investigação para agressão de militares contra advogado

04/05/2015 13:51

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Redação

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O comando da Polícia Militar, (PM), de Alagoas informou através de sua chefia de gabinete que irá apurar a denúncia do advogado Everton Thayrones de Almeida, que foi preso e teve um braço quebrado por policiais do 3° Batalhão da PM, sediado na cidade de Arapiraca, Agreste do Estado.

Conforme denúncia protocolada na manhã desta segunda-feira, (4), na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, (OAB), seccional de Alagoas, na manhã do último sábado, (2), o profissional fazia o trajeto Arapiraca/Campo Alegre, quando ao chegar ao Povoado Pé Leve, município de Limoeiro de Anadia, ainda no Agreste de Alagoas, foi parado por uma blitz da PM.

Ao analisarem os documentos do carro do advogado foi comprovado que o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, (IPVA), estava atrasado dois dias, sendo decidido que o veículo seria apreendido. Everton diz que entendeu a situação e compreendeu a razão dos militares. Na sequência teria telefonado para um familiar, explicando o acontecido, e pedindo que alguém fosse ao local em outro carro a fim de poder continuar a viajem.

Mas foi enquanto aguardava a chegada do parente que teve início a confusão. Um militar teria exigido do advogado a chave do veículo para que fosse colocado no guincho. Everton disse que o carro estava destravado e que não entregaria a chave, pois não era obrigado. A recusa gerou a discussão e o advogado foi rendido, algemado e colocado dentro de uma viatura da polícia. Durante a confusão, ainda segundo o profissional, seu braço foi colocado para traz de forma ríspida, terminando por quebra-lo.

Everton foi levado preso para a Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca, onde só lá teve a oportunidade de telefonar para amigos que foram até o hospital.

Após deixar o hospital o advogado foi levado para a Delegacia, acompanhado de um representante da OAB, onde lá foi feito um Boletim de Ocorrência, (BO), explicitando que o profissional havia cometido desacato e desobediência.

Everton diz que o BO já estava pronto antes mesmo dele chegar a Delegacia, mas ao descobrirem que se tratava de um advogado o BO foi refeito e mudado para desacato e resistência. Para deixar a prisão o advogado pagou uma fiança sendo liberado por volta das 22h do sábado.

O presidente da OAB, advogado Thiago Bonfim, disse que a lei foi violado, pois no Brasil nenhum advogado pode ser tratado da forma que os militares fizeram com Everton. Para isso, ainda segundo o representante da categoria, o caso será comunicado oficialmente ao Conselho Estadual de Segurança, (Conseg), Ministério Público Estadual, (MPE), Procuradoria Militar, ao secretário de Defesa e Ressocialização Social e a própria PM.

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