Coordenador do Samu em AL faz retrospectiva da atuação do serviço

03/05/2015 11:32

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Agência Alagoas

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Lucas Barreto Casado é enfermeiro graduado pelo Centro Universitário Cesmac. Militar licenciado do Corpo de Bombeiros, tem pós-graduação em Gestão em Saúde Pública, pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), além de pós em Saúde do Trabalhador pelo Instituto Brasileiro de Pós Graduação e Extensão (IBPEX). Iniciou seus trabalhos na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), na Assessoria Técnica da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVEP) e depois na Diretoria de Assistência Pré-Hospitalar (DAPH). Desde o dia 20 de fevereiro de 2013 é o coordenador-geral do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Maceió.

Nesta entrevista, Casado faz uma retrospectiva dos serviços que são oferecidos à população em Maceió. Confira.

 

 

 

 

Qual a estrutura do Samu hoje, ele atende à demanda da população?

Alagoas é um estado privilegiado. A cada 30 km de área, o Samu dispõe de uma Base Descentralizada (BD), o que significa dizer que todos os alagoanos estão cobertos pelo serviço de urgência e emergência. A missão maior de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas é salvar vidas e isso está ocorrendo com muito profissionalismo e competência.

 

Como está a estrutura do Samu para atender a população?

Hoje a nossa população dispõe de oito Unidades de Suporte Básico (USB), quatro Unidades de Suporte Avançado (USA), das quais uma neonatal, ou seja, para o transporte de bebês que tem algum problema grave e que por isso pode apresentar algum risco de morte. Temos ainda quatro motolâncias e o nosso serviço Aeromédico, que atende a toda população. Ou seja, em qualquer lugar que o acidente aconteça, nossos profissionais estarão no local, se a vítima estiver muito grave e se o melhor transporte for o helicóptero. 

 

Os profissionais fazem algum tipo de curso específico para poder atuar. Onde é feita essa capacitação?

Todos os profissionais da assistência fazem capacitações e atualizações técnicas periodicamente. Esta é uma preocupação não somente da gestão estadual, mas também do Ministério da Saúde, que disponibiliza cursos via internet ou módulos para que nossos instrutores possam repassar o material para nossos profissionais. E quem ganha com isso é, com certeza, a população, que dispõe de um serviço com mais eficiência e qualidade. Esses cursos são realizados no Núcleo de Educação Permanente (NEP). Para atuar no Samu, o profissional tem que ter feito, no mínimo, o curso de Atendimento Pré-Hospitalar (APH), que é realizado através de vários módulos, com teoria e prática. Esses e outros cursos de atualização fazem parte da estratégia permanente da Secretaria de Saúde e do Ministério da Saúde, mas não são apenas os da assistência, os funcionários da área administrativa também são contemplados.

 

Quantas Bases Descentralizadas temos hoje em Alagoas?

Nossos profissionais estão espalhados em 37 Bases Descentralizadas que consolidaram a Rede Estadual de Urgência e Emergência do Estado. Isto significa uma importante ação para a redução do tempo-resposta quanto ao atendimento às urgências e emergências. Em Alagoas, temos duas Centrais: Uma em Maceió, com 16 Bases Descentralizadas, além de duas Bases Descentralizadas da Capital (BDC) e mais 19 Bases Descentralizadas da Central de Arapiraca. Cada Base fica num determinado município que cobre a região circunvizinha.
 

Os socorristas precisam de equipamentos especiais para atender?

Realizamos periodicamente a distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como botas, óculos, protetores auriculares, macacão e outros equipamentos que são fundamentais para que o profissional possa trabalhar com segurança. Todos, sem exceção, receberam os equipamentos. A Secretaria de Saúde nos deu total apoio nesse sentido, ou seja, agilizou os processos de aquisição desses equipamentos para que eles fossem entregue a todos os servidores.

 

O que temos de novidade para este ano no Samu?

É intenção da gestão estadual atual descentralizar ainda mais os serviços, porque sabemos que colocar os profissionais em lugares estratégicos diminui-se o tempo-resposta. Por conta disso, acredito que até maio estaremos inaugurando uma Base no bairro do Tabuleiro em que os profissionais irão atender toda aquela região, ou seja, o serviço será mais rápido. Nosso principal objetivo é buscar a excelência no atendimento. Para isso, a Secretaria de Saúde está dando total apoio em nossas ações e qualificando, ainda mais, a assistência incrementando o serviço avançado nas regiões do Estado, através de repactuação junto com os municípios. 

 

E a nossa frota de veículos (ambulâncias e motos) é suficiente para atender à demanda da população?

Temos uma quantidade de viaturas de acordo com o que preconiza o Ministério da Saúde, especialmente a Portaria 2048. Hoje, são sete ambulâncias do tipo Unidade de Suporte Básico (USB) e quatro Unidades de Suporte Avançado (USA), além de quatro motolâncias e o Aeromédico, para atender à capital. A Secretaria de Saúde tem implementado ações para o fortalecimento do Samu, que prioriza a renovação da frota, implementação de um sistema de comunicação mais eficiente, melhorias nas instalações físicas da central e garantia também de EPIs e rádio-comunicação para os colaboradores.

 

O trote é um dos problemas do Samu. O que tem sido feito para amenizar o problema?

Realmente. No ano passado reativamos o Projeto SAMU nas Escolas com a participação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) com alunos de medicina. Sempre que temos oportunidade na mídia, fazemos um apelo que as pessoas não façam trote porque prejudica sobremaneira o nosso serviço, seja obstruindo a central telefônica, seja diminuindo o tempo-resposta de nossos atendimentos, porque, muitas vezes, encaminhamos uma ambulância a um determinado local e o acidente não existiu. É lamentável, mas isso acontece.

 

Não existe uma punição para os infratores?

Esse é um dos problemas que enfrentamos. O artigo 266 do Código Penal Brasileiro já prevê punição para o infrator. O problema é como operacionalizar essa punição porque o sigilo telefônico é previsto em nossa Constituição Federal, como também na legislação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicação).  É preciso que se aprovem leis que, de fato, possam ser aplicadas e que punam os infratores. É necessário que haja uma parceria entre Secretaria de Defesa Social e Ressocialização junto com a Secretaria de Saúde e o Samu para que se possa achar uma maneira de punir os que cometem trotes. Mesmo porque todas as ligações que recebemos temos registros, através do “bina”, identificador de chamadas.

 

O Samu tem participado de algum tipo de ação social?

 

Bom, em junho do ano passado realizamos a I Corrida pela Vida, que foi sucesso total. No mesmo dia as inscrições foram concluídas. Foram 600 pessoas que participaram. O objetivo da corrida foi sensibilizar e instigar as pessoas a terem uma vida mais saudável, praticando uma atividade física. E a corrida, com certeza, proporciona isso aos praticantes. Estou conversando com o pessoal da Secretaria de Saúde para que este ano possamos realizar a II Corrida. Estamos elaborando um projeto para que este ano tenha continuidade, isto é, seja concretizada a II Corrida pela Vida, provavelmente para junho deste ano.

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