A segunda noite do Festival de Bumba Meu Boi de Maceió , neste sábado (25), foi de êxtase na arena e fora dela também. Enquanto suor e riso se misturavam ao brilho dos bois e à irreverência de seus vaqueiros, a força das baterias, ao lado de alegorias e conjuntos cênicos grandiosos, provocava verdadeiras explosões de euforia na plateia. A arquibancada pareceria pulsar em harmonia com os corações apaixonados vindos das diversas comunidades que dão vida ao bumba meu boi de Maceió. A previsão de público recorde foi consolidada e a estimativa é de que mais de 20 mil pessoas tenham passado pela Praça de Multieventos, na Pajuçara, durante os dois dias de realização do evento.

A Ponta da Terra, bairro com maior número de grupos inscritos no Festival, era presença indiscutível no local. Mas os gritos de guerra e assobios também vieram em grande volume para incentivar os bois do Vergel, Jacintinho, Jatiúca, Poço, Cruz das Almas e Reginaldo. No total, 20 grupos exibiram o talento, a garra e a criatividade de jovens da periferia de Maceió. Se até ontem a expectativa dos integrantes e defensores dos bois era pelo sucesso na arena do Festival, agora a expectativa é pela abertura dos envelopes que revelarão os campeões de 2015.
 

A classificação dos bois será definida a partir da avaliação da comissão julgadora para os quesitos Evolução do Vaqueiro, Evolução do Boi, Bateria, Conjunto, Beleza do Boi, Fantasia e Entoada. O resultado deve ser divulgado até o final dessa semana e apontará três campeões pelos grupos especial, o Grupo A, e de acesso, o Grupo B, respectivamente. O primeiro lugar do Grupo B passará a integrar o Grupo Especial em 2016, enquanto o bumba meu boi do Grupo A que obtiver as menores notas será rebaixado e integrará o Grupo de Acesso na próxima edição do concurso.

O presidente da Liga dos Grupos de Bumba Meu Boi, Joel Ferreira, festeja o que para ele já é maior vitória do ano: “Encontramos na parceria com a Prefeitura a possibilidade de realizar um evento inesquecível, sem brigas, com o nosso boi brilhando na arena como estrela principal de uma festa que é construída  com muito sacrifício”.
 

Na Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac), órgão responsável pela estruturação do evento, juntamente com a Liga que representa os grupos, o clima é de missão cumprida. “É uma satisfação enorme ver a população de Maceió reunida para prestigiar a sua própria cultura, para aplaudir o que é nosso. O bumba meu boi é uma tradição viva e pulsante que ocupa positivamente os nossos jovens”, afirma o presidente da Fmac, Vinicius Palmeira.

As arquibancadas lotadas por um público das mais diversas faixas etárias mostra o envolvimento de toda a comunidade onde os bois nascem e se desenvolvem com a manifestação. Nesta 23ª edição do Festival, a novidade foi a disponibilização de uma área reservada para pessoas com deficiência, reafirmando o compromisso da Prefeitura com a acessibilidade de todos aos bens e eventos culturais públicos realizados pelo município.
 

Veja como foi a sequência das apresentações e os temas apresentados pelos bumba meu boi nos dois dias de Festival:

Apresentação dos bois do Grupo A – sábado (25)

1. Lacrau: “O retorno do guerreiro”

2. Vingador: “Os deuses do olimpo, entre gregos e troianos”

3. Cão de Raça: “O mundo avatar”

4. Dragão: “China Brasil o dragão uniu (solta a fera)”

5. Olodum: “O caminho das Índias”

6. Bumbá Alagoano: “Meu Nordeste minha riqueza”

7. Cobra Negra: “Quebra nozes”

8. Tigre: “Boi Tigre no Festival de Parintins”

Apresentação dos bois do Grupo B – sexta-feira (24)

1. Treme Terra: “De longe, de perto, o Brasil que acontece”

2. Talismã: “Salve o nosso mar”

3. Império: “As sete cores do arco-íris”

4. Bumbá Anaconda: “Do cangaço surgiu o amor de Lampião e Maria Bonita”

5. Rei Bumbá: “Hallowen, diversão está em assustar”

6. Águia Dourada: “A criança de hoje é o Brasil de amanhã”

7. Fênix: “Guerreiros alagoanos”

8. Amizade: “Aonde tudo começou”

9. Axé: “Meu boi, meu amor, minha vida, meu xodó, seja em Parintins ou em Maceió com certeza a paixão é uma só”

10. Trovão: “Trigo alimento da vida”

11. Águia de Ouro: “A fé do povo nordestino para ver o Velho Chico voltar a encher”

12. Águia: “Da Praça é Nossa à Praça da Alegria”