Carro usado é uma boa opção em ano de juros altos

26/04/2015 07:22

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Quem planeja comprar um carro novo em 2015 já deve ter percebido que, infelizmente, este não é o melhor ano. Só com o fim dos descontos no imposto sobre produtos industrializados (IPI), os automóveis zero-quilômetro deverão ficar 4,5% mais caros, segundo estimativa da Anfavea, associação das montadoras.

A alta na inflação, os aumentos na taxa básica de juro e no imposto sobre operações financeiras (IOF), que deixaram os financiamentos mais caros, completam o cenário desencorajador. “Com tanta incerteza econômica, as pessoas estão mais conservadoras quanto a se endividar”, diz André Massaro, educador financeiro, de São Paulo.

Por isso, a busca por veículos usados aumentou. Enquanto os emplacamentos de carros novos caíram 6,76% em 2014, o volume de usados negociados cresceu 6,9%. “O seminovo tem preço menor, mais fácil de juntar para pagar à vista”, diz Leonardo Bastos, do curso de ciências econômicas do Centro Universitário Newton Paiva, de Belo Horizonte. 

A cautela dos consumidores é apoiada pelos especialistas em finanças pessoais, que encorajam a opção pelos usados. “Em primeiro lugar, porque é sempre mais barato”, diz Fábio Gallo, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV/Eaesp). “Só de sair da concessionária, o carro zero vira seminovo e já desvaloriza 20%”, afirma. “Como a maior desvalorização está concentrada nos primeiros anos de vida do veículo, ela é bem menor nos usados”, diz André Massaro.

E há outras vantagens. “Por causa do preço mais em conta, dá para comprar um usado de um modelo um pouco melhor, em vez de um carro popular”, diz Leandro Mattera, consultor automotivo pessoal e autor do livro digital Como Escolher o Seu Carro Ideal. Se os usados já estão em seus planos, o próximo passo é tomar alguns cuidados para escolher um automóvel em bom estado. Afinal, não dá para correr o risco de cair na armadilha do carro velho que só dá trabalho. 

As três maiores barbeiragens 

Escolher o menor preço: O que deve pautar a compra é o estado de conservação do carro. Por isso, é importante pesquisar sempre três opções do modelo escolhido. Se um deles foge muito da média de preço, ficando muito abaixo, desconfie. Se está muito barato, foi batido ou teve algum problema de motor. É o famoso caso do barato que sai caro.

 

 

Descuidar dos 

documentos: Não averiguar os documentos do veículo usado antes da compra pode ser uma fria. Além do risco de comprar um carro roubado, você pode adquirir, junto com o automóvel, multas e dívidas.

 

Peça ao lojista ou atual proprietário o número do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) e faça um levantamento junto ao Detran local. Depois, verifique se o número do chassis gravado no veículo confere com o do documento. E, após a compra, não esqueça que tem 30 dias para passar o carro para seu nome. 

Primeira Edição © 2011