Secretária de Saúde é chamada de 'mentirosa' por líderes comunitários

População cobra funcionamento de postos inaugurados, UPAs e maternidade desativadas e regularização de consultas médicas

24/04/2015 12:20

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Redação com Assessoria

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Ainda repercute, de forma negativa, a audiência pública realizada na quinta-feira, (23), na Câmara Municipal de Maceió, (CMM), com a secretária municipal de Saúde, Sylvana Medeiros Torres.

A secretária foi convidada para prestar contas do que foi feito na área da saúde municipal no 3º quadrimestre do ano passado, compreendendo a prestação de contas dos recursos recebidos, auditorias realizadas e a oferta de serviços entre os meses de setembro a dezembro de 2014.

Diante dos vereadores presentes, representantes do Ministério Público Estadual, (MPE), e dos Conselhos de Saúde do Município e de Alagoas, Sylvana falou que no período foram aplicados R$ 591 milhões do Fundo Nacional de Saúde, (FNS), e contratados 237 servidores da reserva técnica, além de terem sido reformados diversos postos de saúde em Maceió, os quais não tinham como se manter funcionando.

Acompanha pelo secretário adjunto, Joellyngton Medeiros, e integrantes da equipe técnica da pasta, a secretária destacou entre os principais desafios a ampliação da rede de atenção básica em saúde. Em 2013, essa cobertura foi de 43,80%. No ano seguinte, o índice foi ampliado para 44,85%. A meta para 2015 é aumentar a cobertura das equipes de atenção básica para 49%.

Ainda segundo a secretária as maiores despesas da Saúde de Maceió são provenientes com os atendimentos de média e alta complexidade e com a deficiência no atendimento às doenças crônicas no município.

Com uma receita média mensal de R$ 49 milhões, o que assegura um orçamento anual para as ações de saúde na capital no valor de pouco mais de R$ 600por habitante, o Município encerrou 2014 investindo mais de 24% dos seus recursos em saúde, índice muito superior ao que é determinado por lei, que obriga a capital a investir 15% de sua receita com ações nesta área.

O corte do repasse financeiro feito pelo Ministério da Saúde foi uma das análises feitas pelo vereador Cleber Costa durante seu discurso. Em 2002, o Governo Federal era responsável por 52% dos investimentos na saúde municipal. Em 2013, esse índice caiu para 42%.

Mas as explicações da secretária não agradaram. Lideres comunitários e vereadores de oposição deram início a uma sessão de questionamentos, entre eles a situação de alguns postos de saúde, que mesmo inaugurados recentemente, continuam sem funcionar por falta de funcionários ou medicamentos. Também se destacou o não funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento, (UPAs),  e da Maternidade Denilma Bulhões, localizada no Conjunto Benedito Bentes.

A deficiente marcação de consultas através do Complexo Regulador de Maceió,(CORA), foi outro tema abordado pelos lideres comunitários, que aproveitaram para denunciar que para se conseguir uma marcação o usuário é obrigado a dormir na fila, sem que ainda assim garanta o direito a uma ficha.      

Os ataques à administração municipal na área da Saúde Pública, levaram a secretária, que por várias vezes tentou se explicar, sendo interrompida pela plateia irritada, deixar o prédio da Câmara, amparada por alguns vereadores da bancada governista, sob vaias e gritos de ‘mentirosa’.

Primeira Edição © 2011