Cunhada de Vaccari se entrega à Polícia Federal no Paraná

17/04/2015 13:35

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G1

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Após se entregar à Polícia Federal (PF), em Curitiba, a cunhada de Vaccari Neto, Marice Correa de Lima, foi levada para o Instituto Médico-Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito, procedimento padrão após a prisão, às 16h20 desta sexta-feira (17). Marice é cunhada do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) e teve a prisão temporária expedida na quarta-feira (15) – quando foi deflagrada a 12ª fase da Operação Lava Jato.

Como ela não estava em casa no momento da prisão e não se apresentou no mesmo dia, foi considerada como foragida. Segundo o advogado Cláudio Pimentel, Marice voltou de um congresso no Panamá, onde estava há dez dias. Ele disse que a viagem ao exterior ocorreu antes do pedido de prisão.

O mandado de prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogado pelo mesmo período. A data passa a valer a partir da prisão. Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Marice e apreendeu vários documentos.

Vaccari Neto foi preso na casa dele em São Paulo e já está na carceragem da PF. Ele é suspeito de operar um esquema de propinas cobradas de empreiteiras que fechavam contratos com a Petrobras.

As investigações do Ministério Público Federal (MPF) apontam que Marice teria comprado um apartamento por R$ 200 mil e o vendido para a empreiteira OAS por R$ 400 mil. O mesmo imóvel teria sido vendido pela empresa por um valor menor. A OAS é uma das investigadas na Lava Jato.

“Aparentemente é uma operação típica de lavagem de dinheiro”, disse o procurador do MPF Carlos Fernando dos Santos.

Entre os fatos que chamam a atenção, ainda segundo o MPF, estão as "inconsistências fiscais" de Marice. De acordo com despacho assinado pelo juiz Sérgio Moro, ela não tinha "capacidade financeira" para suportar o aumento de renda declarado.

O advogado dela, entretanto, afirmou que a suspeita não terá problemas para explicar sua movimentação financeira, já que tudo está declarado no Imposto de Renda. "Não haverá dificuldade nenhuma para provar a inocência dela", disse.

A Operação Lava Jato foi deflagrada pela PF em março de 2014 e investiga um esquema  bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. São apurados desvios da Petrobras e de outros órgãos públicos.

A 11ª fase da operação foi deflagrada em 10 de abril e prendeu sete pessoas. Entre elas três ex-deputados federais: André Vargas (sem partido), Luiz Argôlo (SDD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE).

Primeira Edição © 2011