Site da Defesa Social mostra aumento dos casos de mortes durante supostas ‘resistência à prisão’
Redação
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A divulgação, por determinação do governador Renan Filho, (PMDB), da relação com os nomes das pessoas assassinadas em Alagoas, os locais, data e hora do crime; idade, sexo e outros detalhes, mostram que de janeiro a março deste ano 510 pessoas foram vítimas da violência no Estado, sendo que 26 teriam sido mortas durante supostas ‘resistência à prisão’.
Somente em janeiro 17 suspeitos de integrarem quadrilhas de traficantes, de assaltos à bancos e assassinatos, morreram. Seis desses foram mortos em um só dia, sendo quatro na cidade de Branquinha, um em Maceió e outro em Arapiraca.
Os dados podem ser visualizados no site da Secretaria da Defesa Social, (www.defesasocial.al.gov.br), no item Estatística.
Mas a quantidade de ‘resistência à prisão’ aumentou logo na primeira semana de abril, quando outras quatro pessoas também morrem em confrontos com a polícia, em sua maioria em Maceió.
Na opinião do presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Seccional Alagoana da Ordem dos Advogados do Brasil, (OAB/AL), advogado Daniel Nunes, os números podem ser reflexo da quantidade de policiais mortos nos anos de 2013 e 2014.
O advogado explica que apesar do governo estadual ter divulgado por sucessivas vezes que o número de homicídios no primeiro trimestre de 2015, agora chamados de Crimes Violentos Letais e Intencionais, (CVLIs), foi o mais baixo dos últimos anos, o comparativo com o mesmo período de anos anteriores só poderá ser feito após um minucioso estudo que terá como base informações técnicas provenientes não somente de instituições ligadas a Segurança Pública.
Em entrevista a um blog da Capital, Daniel disse que lamenta a ausência dos dados detalhados do ano passado e faz referencia do número de mortos por ‘resistência’.
“A gente não considera três meses um período que dê para se fazer algum estudo. Agora, desde o final do governo Téo Vilela que esse número de mortos em conflito tem aumentado bastante. A gente já divulgou, inclusive, que este número está um pouco relacionado com o número de policiais que têm morrido. A morte de policiais também aumentou entre 2013 e 2014. Mas ainda não nos debruçamos sobre esses números entre 2014 e 2015 por não ter tido acesso. A partir de agora, vamos estudar esses números, para poder chegar a alguma conclusão”, disse em entrevista o presidente da Comissão da OAB.
No inicio deste mês de abril o secretário de Defesa Social, promotor público licenciado Alfredo Gaspar de Mendonça, disse, em uma entrevista na cidade de Santana do Ipanema, Sertão, como serão tratadas as pessoa que enveredem para o mundo do crime e resistam à prisão.
"Bandido em Alagoas na minha gestão só tem dois caminhos a seguir: ou se entrega indo para cadeia ou morre", disse o secretário.
O ex-coordenador do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado, (Gecoc), do Ministério Público de Alagoas, (MPE), completou a frase dando o ‘tom’ de como será sua passagem a frente da Defesa Social.
"Prefiro um milhão de bandidos mortos que um policial em Alagoas assassinado. Não quero policial saindo de casa para matar bandido. Quero que execute a prisão. Mas, no confronto preferiu o meu policial vivo", finalizou ele.
Primeira Edição © 2011