E se Dilma cair?

31/03/2015 06:15

A- A+

Redação

compartilhar:

 

A sucessão do ano passado provou, em números, que a maioria dos brasileiros não aguenta mais o PT no governo. Dilma obteve 54 milhões de votos contra 51 milhões atribuídos a Aécio. E os milhões que protestaram votando em branco, anulando o voto ou simplesmente deixando de votar? Quem não votou em Dilma de modo nenhum – é a lógica – não queria mais Dilma nem o PT, embora não aceitasse as opções postas no tabuleiro sucessório.

Agora, a eleição passou, Dilma venceu e não adianta sair por aí gritando ‘fora Dilma’, ou ‘impeachment já’. Não pelo que isso representa contra a democracia, não por atentar contra o estado de direito democrático, mas por ser um impulso irracional. Não adianta duelar politicamente sob impulso emocional. O jogo político exige, antes de tudo, frieza, sagacidade, racionalidade.

É isso. Se, mesmo por um ato de ‘força’, Dilma saísse agora, assumiria Michel Temer, do PMDB, que iria pagar pelo desastre que a presidente causou. Temer ou qualquer outro. Quem assumisse seria crucificado. Logo, todos esqueceriam Dilma e passariam a atacar o sucessor que, adotando medidas amargas para consertar a desordem instituída, acabaria pagando pelo que não fez. Portanto, para se vê livre do PT, o povo precisa deixar o PT onde está...e suportar até 2018. Açodamento, agora, é burrice.

Explica-se: se Dilma caísse (renunciasse, por exemplo) o alvo da ira popular, rapidinho, seria o novo presidente. E isso levantaria a bandeira de quem? De Lula. A legião dos bolsistas-família está louca para gritar “só Lula, para acabar com essa bagunça”. Indiferente ao fato de que foi justamente Luiz Inácio quem lançou ‘as bases’ da desordem institucional em que o país foi atirado. ‘Fora Dilma’, agora, significa vida mais longa para o PT.

Um paradoxo? Perguntem o que o velho Lula acha disso...

Primeira Edição © 2011