Preso promotor de Justiça acusado de estuprar filhas e enteadas

Defesa alega que acusado não é pedófilo, mas sofre de perversão sexual. Ele foi condenado a 76 anos e cinco meses de prisão

23/03/2015 11:51

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Redação

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Foi preso na manhã desta segunda-feira, (23), no bairro Buritizal, Zona Sul de Macapá, no Estado do Amapá, o promotor de Justiça de Alagoas Carlos Fernando Barbosa de Araújo, 58.

Integrante do Ministério Público Estadual, (MPE), de Alagoas, o promotor é acusado pelos crimes de estupro e atentados ao pudor contra duas filhas e uma enteada desder que as vítimas eram menores entre os anos de 1993 a 2003..

Os crimes foram denunciados em 2006 pela mãe das vítimas, Elizabeth Rodrigues Pereira, ex-mulher do promotor, condenado por produção de pornografia infantil, a 76 anos e cinco meses de prisão, em decisão, em novembro do ano passado, do Pleno do Tribunal de Justiça, (TJ), de Alagoas, que expediu o mandado de prisão.

Consta no processo que uma das filhas começou a ser abusada quando tinha12 anos, enquanto dormia, seguindo por todas as noites, após tomar banho. Fotografias da garota foram encontradas no computador do promotor mostrando a vítima em trajes íntimos ou nua.

Segundo o procurador Antiogenes Lira as fotos comprovaram a denúncia.

“A vítima passou a perceber na enteada os mesmos comportamentos que ela tinha quando criança. Descobriu que o promotor molestava da menina desde os sete anos, da mesma forma. Por este motivo, ela resolveu denunciar e fez uma busca no computador dele, no Ministério Público, e acharam várias fotos das duas em trajes íntimos e nuas também. A filha passou anos sendo abusada porque ninguém jamais acreditaria que um bom profissional, um promotor técnico, faria isso. E seria difícil de provar os fatos se não tivéssemos encontrado as fotos”, descreveu o procurador, no plenário do TJ.

Segundo avaliação psicológica feita no promotor, ele estava lúcido e a memória era conservada nos abusos. Ou seja, não tinha doença mental.

No caso da outra filha, a babá declarou em depoimento, que o acusado pedia que ela saísse de casa para comprar alguma coisa e todas as vezes que retornava encontra a criança chorando.

“Letícia começou a dizer que sentia saudades do pai e dos banhos com ele. A mãe descobriu que ele abusou de três crianças e com o mesmo modus operandi. É uma história de jovens que perderam a infância e o Ministério Público pede a condenação para que seja feita justiça e elas saibam que ainda existem juízes em Alagoas”, descreveu o procurador, durante o julgamento.

Segundo o advogado Welton Roberto, que fez a defesa do promotor, a primeira filha foi espontaneamente ao motel, por três vezes, com o pai. E era maior de idade. A defesa também colocou que o acusado não é pedófilo, mas sofre de perversão sexual.

“No depoimento, ela teria dito que, em 2004, apanhou do pai e, em 2009, perdeu um filho devido a isso. Mas ela não apresentava provas da agressão”, explicou o advogado.

Carlos Fernandes, que sempre negou as acusações e não esteve presente ao julgamento, sendo considerado foragido desde então, à época das acusações, era promotor titular da Vara da Infância e da Juventude da cidade alagoana de Anadia.

O promotor era monitorado por policiais do Núcleo de Inteligência (NI), da Delegacia Geral da PC de Alagoas, que através de um trabalho envolvendo integrantes do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas, (Gecoc), do MPE, começaram a monitora-lo após sua passagem pelos estados da Paraíba e Maranhão. Carlos Fernandes estava na casa de uma mulher que se identifcou como namorado do foragido.

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