Prefeitura se explica sobre irregularidades em postos de saúde

Ao assumir a prefeitura, Rui Palmeira anunciou reformas na maioria dos postos, mas as obras não terminaram

02/03/2015 08:16

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Redação com Fantástico

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O atendimento médico de brasileiros, que sem dinheiro, são obrigados procurarem postos de saúde nas periferias das cidades, foi tema de uma das reportagens do Fantástico, programa da Rede Globo, exibido no domingo, (1º), que se baseio em um relatório de fiscais dos Conselhos Federais de Medicina, que percorreram cerca de 2 mil postos em todo o país.

Em todo o país a crise na Saúde Pública é uma só. Faltam médicos, instalações inadequadas, falta medicamentos e principalmente boa vontade dos administradores – prefeitos e secretários de saúde – para resolverem os problemas, que a cada administração, só aumentam.

Em Maceió a equipe do Fantástico flagrou situação das mais adversas para os usuários do Sistema Único de Saúde, (SUS), muito ao contrário do que foi prometido em campanha pelo prefeito Rui Palmeira, (PSDB), que no início de sua administração anunciou um mutirão para recuperar a maioria dos postos de saúde da Capital.

A reportagem mostrou um posto cujo atendimento vem sendo realizado de forma improvisada em uma igreja e a situação do PAM Salgadinho, unidade considerada referência da cidade e que neste final de semana algumas salas foram incendiadas, possivelmente após um curto circuito.

No posto de saúde São José, localizado no bairro do Canaã, parte alta da cidade, as obras deveriam ter sido concluídas em novembro do ano passado, mas no local a situação não é das melhores. Há cerca de quatro meses, médicos e demais servidores são obrigados atenderem a comunidade em uma igreja católica, onde o padre cedeu o espaço, sem custos, para que a população não fique sem os serviços médicos. A unidade médica é chamada de 'Posto dos Milagres'.

No Pan Salgadinho a denúncia também é greve e diz respeito a situação administrativa. A direção do posto não atualizou os dados enviados ao Ministério da Saúde, (MS), com relação ao número de médicos que atuam na unidade.

A equipe de reportagem esteve com o diretor administrativo do posto, Cesar Oliveira, que teria encaminhado ao MS uma relação com os nomes de 136 médicos trabalhando, mas durante a entrevista ele confessou que só existem 63. Cesar acrescentou que os dados foram encaminhados para o MS no último dia 2 de fevereiro.

Informações do Conselho Federal de Medicina, (CFM), dão conta que o número de profissionais existentes da unidade de saúde definiria o montante da verba repassada aos municípios. Por sua vez, em nota, o Ministério da Saúde, no entanto, nega esta correlação, alegando que o número de profissionais não interfere na definição do financiamento da atenção básica de saúde. Como detalhe o MS, no ano passado, repassou para todos o país R$ 20 bilhões para atenção básica.

Por fim o Fantástico divulgou que recebeu uma nota da assessoria da Secretaria de Saúde de Maceió esclarecendo que as obras do Cetro de Saúde São José, no Canaã, serão concluídas no prazo de 40 dias e que irá providenciar o número correto de médicos que trabalham no PAM Salgadinho, que será enviado ao Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde, (CNES).

A repercussão da matéria levou integrantes do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas, (Consems), promoverem uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, (2), quando denunciaram o desfinanciamento da saúde por culpa do Governo Federal.

O diretor financeiro do Consems, Sivaldo Clemente, expos que o Governo Federal, em 2002, investia 52% na Saúde Pública, mas com o governo de Dilma Roussef o valor caiu para 42% desde 2013, causando atraso do pagamento dos salários dos funcionários e das reformas nos postos de saúde.

Sivaldo disse ainda que em Maceió, 30% dos cortes dos serviços do SUS seria por conta da insuficiência de recursos.

Ainda na coletiva o Cosems denunciou o abandono do setor e que o dinheiro destinado as reformas de postos teria sido enviado incompleto. Dos R$ 114 mil da primeira parcela, as prefeituras só teriam recebido R$ 14 mil. O repasse de novembro foi debitado apenas no dia 9 de janeiro e isso dificultou a realização de pagamentos.

Primeira Edição © 2011