Dependência química e esquizofrenia lideram as causas de internamento

01/03/2015 04:51

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Agência Alagoas

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O Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR), unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, (Uncisal), fechou o ano de 2014 praticamente com o mesmo percentual de internações de 2013. No ano passado foram atendidas 1.731 pessoas e no ano de 2013 o número de internações correspondeu a 1.765.

 

Dos 1.731 atendimentos realizados no ano passado, 1.245 foram do gênero masculino, (65.7%), e apenas 649 mulheres (34.3%) do sexo feminino. Desta totalidade, foram contabilizados quatro óbitos, (0,22%), em uma ocupação anual de 93.8%, com permanência média de 31 dias.

 

No ano de 2013 o número de mortes ainda foi menor, com registro de apenas 03 situações de óbitos, somatizando pequeno percentual de 0,18%. Os dois índices estão abaixo do limite de mortalidade de 0,40%, preconizado para os hospitais psiquiátricos. Em2013, aocupação anual também atingiu seu patamar quase que integral, apresentando 94,15% na sua demanda. O número de altas neste período também foi semelhante nos dois anos, sendo 1.739 em 2014 e 1.769 no ano anterior.

 

Segundo o gerente-geral da unidade, psiquiatra Audênis Peixoto, as altas se devem ao tratamento especializado oferecido no Hospital Portugal Ramalho. “Além do acompanhamento médico, o usuário também participa de oficinas terapêuticas, incluindo as festividades anuais, retornando para o convívio familiar e social após permanência de 31 dias de acolhimento”, explicou.

 

Para o psiquiatra, o papel da família no tratamento do doente mental é visto de maneira imprescindível para a melhora do paciente. “O transtorno mental não se configura como algo apenas da esfera biológica, outros aspectos do viver constituem-se fundamentais para o tratamento. A família é um dos vértices deste tratamento”, analisou, ainda, o gerente-geral.

 

As patologias seguiram idênticas nos dois períodos levantados. Esquizofrenia paranóide e dependências de múltiplas drogas lideram no número de internações. Com uma margem muito pequena de uma para outra, de apenas 20 usuários, a esquizofrenia totalizou 257 casos em comparação a 237 entradas de dependência química. Além destas duas, psicose não-específica também aparece nos dados, com 194 internamentos em 2014.

 

De acordo com levantamentos da Gerência Geral do HEPR, as idades também surgem de maneira curiosa nos dados catalogados. Em2014, afaixa etária global de internamentos predominante foi de31 a45 anos, sendo que desta margem, as mulheres apresentam-se em idades mais avançadas que os homens. Assim também aconteceu em 2013, com uma prevalência de31 a45 anos para o sexo feminino e uma média de18 a30 anos para homens.

 

Os internamentos são originados não somente da capital, como de diversos municípios alagoanos. No ano passado, a maioria de internamentos foi da Capital, com 62% e 38% oriundo do interior. As cidades que mais “enviaram” pacientes foram a vizinha Rio Largo com 71 pessoas, seguindo de União dos Palmares com 44 entradas, São Miguel dos Campos com 31 entradas, Santana do Ipanema com 21 e Porto Calvo com 18 internamentos.

 

Em 2013, as cidades de origem dos internamentos permaneceram com prevalência da Capital, (61%), Rio Largo, São Miguel e União dos Palmares e mais duas cidades diferentes que não foram relacionadas em 2014, sendo Marechal Deodoro (32%) e Matriz do Camaragibe, (29%).

Primeira Edição © 2011