Morre um dos gêmeos siameses de 5 anos separados em Goiânia

28/02/2015 08:01

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Do G1 GO

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Morreu na noite de sexta-feira (27) o menino Arthur Ledo Rocha Brandão, de 5 anos, que passou por uma cirurgia de separação do irmão gêmeo, Heitor, no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia. Segundo a unidade de saúde, o paciente sofreu paradas cardíacas e não resistiu.

Heitor segue internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica. Conforme o boletim médico divulgado na manhã deste sábado (28), ele apresenta febre e respira com a ajuda de aparelhos.

Os gêmeos eram unidos pelo tórax, abdômen e bacia, compartilhando o fígado e genitália. Os irmãos foram separados em uma cirurgia que começou às 10h30 de terça-feira (24) e terminou cerca de 15 horas depois, às 1h50 do dia seguinte. Desde então, eles seguiam internados na UTI do hospital.

Pai dos siameses, Delson Brandão postou, nas redes sociais, homenagens a Arthur. Ele escreveu que este é o momento “mais doloroso” que já passou e agradece ao filho por ter transformado a vida deles.

De acordo com a amiga da família Marla Rodrigues, todos estão abalados e tentando ser fortes para dar apoio a Heitor. “A família está tendo que ser forte porque o Heitor ainda precisa de oração, de força”, disse Marla.

O corpo de Arthur será encaminhado nesta manhã a Riacho de Santana, cidade do interior da Bahia em que os pais dos siameses nasceram. Segundo Marla, o velório deve começar às 20h na casa da avó materna do garoto.

Por volta de 9h de domingo (29), o corpo será levado a Botuporã (BA) para ser velado na casa da mãe de Delson. O enterro está previsto para as 13h30, no cemitério da cidade.

Siameses
Natural de Riacho de Santana, a mãe dos siameses, Eliana Ledo Rocha Brandão, veio a Goiânia um mês antes do nascimento dos filhos para que eles tivessem acompanhamento desde o parto, em maio de 2009. Após o nascimento, ela voltou para a terra natal por um período e, desde 2010, mora em Goiânia com os siameses. O marido e a filha mais velha, de 7 anos, continuaram no Nordeste.
 

Desde que nasceram, os gêmeos eram preparados para a cirurgia de separação. Neste período, os siameses passaram por 15 procedimentos cirúrgicos, entre eles alguns para implantação de expansores no corpo para que tivessem pele suficiente para a separação. Os meninos só alcançaram as condições necessárias para a cirurgia neste ano.

Após a separação, os médicos informaram que o procedimento transcorreu dentro do esperado. Inclusive, eles tiveram uma boa notícia, pois, diferentemente do que acreditavam, cada um dos gêmeos tinha um intestino, uma bexiga e uma vesícula.

Horas antes de Arthur morrer, a mãe e o pai, Delson Brandão, visitaram as crianças e viram Heitor acordado pela primeira vez. Eles se emocionaram ao ver o filho abrir os olhos e chamar por Arthur. "Fiquei muito emocionada, sem palavras. Não dá para descrever tamanha emoção, apenas sentir. Não esperávamos vê-lo acordado. Quando chegamos e falei o nome dele, ele abriu os olhos. Levei-o para ver o Arthur e ele jogou beijos para o irmão, que estava dormindo", contou ao G1.

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