PM enfrenta estudantes com tiros em Maceió

Seis pessoas foram presas durante protesto na Av. Fernandes Lima

27/02/2015 11:52

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Redação

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Durante o protesto realizado na manhã desta sexta-feira, (27), em frente ao Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas, (CEPA), em um dos trechos da Avenida Fernandes Lima, bairro do Farol, em Maceió, seis manifestantes foram detidos pela Polícia Militar, (PM), e encaminhados para a Central de Flagrantes, também no bairro do Farol, sob a acusação de desacato de autoridade e depredação. Em aproximadamente três horas, os manifestantes bloquearam os dois sentidos da mais movimentada Avenida da Capital, causando congestionamento em diversas outras Avenidas e ruas de Maceió.

Equipes do Gerenciamento de Crises da PM tentaram negociar a liberação da pista, mas não obtiveram êxito. Segundo versão da polícia alguns policiais foram atingidos com pedras quando tentavam liberar a Avenida para os carros.

A assessoria de comunicação da PM emitiu uma nota explicando por quais motivos o confronto ocorreu. "Reiteramos que a Polícia Militar, desde a concentração do grupo em frente ao CEPA, por volta das 06h30, buscou criar um canal de comunicação com os integrantes do movimento, inclusive momentos após o bloqueio efetivo da via, através do Centro de Gerenciamento de Crises por quase três horas", explicou a corporação.

Ainda segundo a nota emitida pela assessoria, a interdição das vias públicas não é permitida e aqueles que cometem tal atitude devem ser autuados. "Não restando qualquer outra alternativa, em respeito a garantia constitucional do direito de ir e vir, bem como a recomendação despachada mediante ofício do Ministério Público Estadual (MPE/AL) para a Polícia Militar com vistas a garantir essa liberdade ao cidadão, por meios de Controle de Distúrbio Civil (CDC), além de eventual prisão em flagrante dos autores de delitos, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi acionado para garantir de forma tática a liberação da via, utilizando para este intento material de efeito moral, cujo uso é regulado e autorizado pelo Ministério da Justiça", acrescentou a PM.

A MANIFESTAÇÃO

Estudantes envolvidos no protesto denunciavam que com o aumento da tarifa dos ônibus de Maceió, que passou de R$ 2,50 para R$ 2,75, o dinheiro para a passagem está cada vez mais difícil. Muitos alegam que não têm condições de pagar o novo valor e por isso, o ato foi organizado, em busca de uma ação por parte do governo.

Enquanto os estudantes fechavam a Avenida Fernandes Lima, um grupo de vigilantes, se utilizando de faixas e um carro de som, fazia outro movimento dentro do CEPA. A categoria exigia a revogação do decreto que demitiu 360 vigilantes noturnos que faziam a segurança em escolas da Rede Estadual de Ensino. A decisão da demissão em massa, conforme o Sindicato dos Vigilantes de Alagoas, foi do atual secretário de Educação, Luciano Barbosa, que é vice-governador.

Em resposta, o Governo do Estado voltou a afirmar que não haverá negociação com a categoria e a decisão das demissões será mantida, não se explicando  como as escolas serão monitoradas.

OUTROS PROTESTOS

No último dia 5, estudantes percorreram algumas ruas do Centro de Maceió. O evento foi promovido por movimentos estudantis, que utilizaram as Redes Sociais para convocarem alunos de universidades – públicas e particulares – além de estudantes de cursos técnicos, particulares e do ensino médio e fundamental contrários ao aumento da passagem dos ônibus urbanos da Capital para o valor de R$ 2,75.

À época, o protesto teve inicio na Praça do Sinimbu e seguiu pela Rua do Imperador até a Praça Dom Pedro II, onde estavam servidores da Companhia de Abastecimento e Saneamento de Alagoas, (Casal) e do Sindicato dos Urbanitários, que protestavam contra a proposta do Governo do Estado de privatizar a Companhia.

Veja a nota da PM na íntegra:

O comando da Polícia Militar de Alagoas, por meio de sua Assessoria de Comunicação, esclarece que a respeito do desbloqueio da Avenida Fernandes Lima, no Farol, em frente ao Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (CEPA), ocorrido no início da manhã desta sexta-feira (27), foram esgotados todos os meios de negociação com a liderança da manifestação.

Reiteramos que a Polícia Militar desde a concentração do grupo em frente ao CEPA, por volta das 06h30, buscou criar um canal de comunicação com os integrantes do movimento, inclusive momentos após o bloqueio efetivo da via, através do Centro de Gerenciamento de Crises por quase três horas.

Não restando qualquer outra alternativa, em respeito a garantia constitucional do direito de ir e vir, bem como a recomendação despachada mediante ofício do Ministério Público Estadual (MPE/AL) para a Polícia Militar com vistas a garantir essa liberdade ao cidadão, por meios de Controle de Distúrbio Civil (CDC), além de eventual prisão em flagrante dos autores de delitos, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi acionado para garantir de forma tática a liberação da via, utilizando para este intento material de efeito moral, cujo uso é regulado e  autorizado pelo Ministério da Justiça.

Até o momento seis pessoas foram detidas e conduzidas para a Central de Flagrantes.

Primeira Edição © 2011