Em Salvador, por onde se anda à noite é possível ver pessoas dançando ao som da famosa música Heigh-ho, do filme A Branca de Neve e Os Sete Anões. Ora, você deve pensar, e qual o problema nisso? Nenhum. Exceto pelo fato de que a versão que bomba nas pistas no Carnaval é um tanto alternativa demais para os padrões Disney.

Uma sutil alteração no verso principal, “eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou” faz mudar todo o sentido da canção. “Eu vou, eu vou, sentar agora eu vou” é o que canta Tati, para delírio dos rapazes, que observam meninas descendo até o chão no meio da rua.

O clipe da música, aliás, é tão ousado quanto. Em uma floresta repleta de anões com caras de maus, a MC rebola com uma fantasia minúscula que lembra os trajes vestidos por Branca de Neve. O cabelo azul se destaca no meio de tantas cores. O que Walt Disney diria?
 

Nascida em São Caetano do Sul (SP), a MC de 20 anos mostra atitude logo em seu visual. Com cabelos azuis, Tati, que diz não acreditar em rótulos, é bissexual e agenciada pela produtora KondZilla, uma das maiores do funk paulista.

Após o estouro de Parara Tibum, que ganhou notoriedade com Anitta, que passou a cantar e dançar as músicas em seus shows, inclusive no desfile que fez em Salvador, Tati já tem quase 1 milhão de curtidas no Facebook, confirmando, assim, a invasão feminina no universo masculino do funk.

Além de Tati Zaqui e Anitta, nomes como Ludmilla, Valesca e Pocahontas têm brilhado no estilo musical nos últimos anos, ajudando o funk a se tornar protagonista em ambientes estranhos, como na Bahia, território por anos reinado pelo axé.