Presidente do TJ liberta advogado preso pela polícia

Gustavo Andrade é suspeito de receber dinheiro para facilitar fuga de presos

26/01/2015 06:05

A- A+

Redação

compartilhar:

Uma decisão, através de Habeas Corpus, (HC), concedido pelo desembargador Washington Luiz, presidente do Tribunal de Justiça, (TJ), de Alagoas, colocou em liberdade, na tarde de domingo, (25), o advogado Gustavo Alves de Andrade, preso na tarde de 14 de janeiro.

Gustavo é acusado pela Polícia Civil, (PC), de receber dinheiro e entregar armas a quatro reeducandos que fugiram do Presidio Baldomero Cavalcante, no Sistema Prisional de Maceió.

O HC foi impetrado pela Associação Advogados Criminalistas de Alagoas, (Acrimal), e foi fundamento no fato, apesar de informações contrarias da polícia, de nenhuma prova ter sido encontrada com o suspeito. Diante disto, a defesa de Gustavo sustentava que sua prisão era irregular.

O advogado, que nega participação no esquema de fuga e diz que foi vítima de uma armação dos reeducandos, estava detido no quartel do Corpo de Bombeiros, (CB), localizado no bairro do Trapiche da Barra, em Maceió.

Na última quinta-feira, (22), outro pedido de liberdade havia sido analisado pela Justiça alagoana, através do juiz titular da 3ªVara Criminal da Capital, Carlos Henrique Pita, que negou o HC.

Por sua vez o presidente do TJ determinou que o advogado aguarde em liberdade o julgamento do caso, já que, o crime é considerado de menor potencial ofensivo e é de competência dos Juizados Especiais Criminais.

Gustavo Alves teria sido pago por Antônio Marcos Soares dos Santos, o ‘Carioca’, que cumpre pena por tráfico de drogas e assassinatos. Considerado de alta periculosidade ‘Carioca’ integra a quadrilha do traficante Charles Gomes de Barros, o ‘Charlão’, preso em Aracaju, (SE). Os dois teriam recebido apoio do ex-diretor do Baldomero Cavalcanti, Antonio Francisco Salvador Irmão, o ‘Tonhão’, na morte do reeducando. José Militão de Souza Filho, encontrado estrangulado em uma das celas do presidio. ‘Charlão’ e ‘Carioca’ decidiram ordenar a morte de Militão após a vítima montar bases de venda de drogas dentro e fora do Baldomero, afrontando os dois traficantes. Militão foi morto por outros dois reeducandos, Flávio Elias dos Santos, o ‘Palhaço’ e Luciano José da Silva, considerados ‘soldados’ dos dois traficantes.

Além de ‘Carioca’ também fugiram Diego Guedes Correia Alves, o ‘Diego Pistola’, Tiago Francisco da Silva e Alexsandro Marques de Messias.

O Ministério Público Estadual de Alagoas, (MPE), que havia emitido parecer contrário a revogação da prisão do advogado Gustavo Alves aguarda decisão da Justiça, sobre o pedido de quebra de sigilo telefônico do suspeito.

De acordo com a promotora de Justiça Myriã Ferro, a decisão da decretação da prisão preventiva de Gustavo Alves de Andrade foi correta e, por isso, ela se manifestou de forma contrária ao pedido de liberdade provisória requerido pela defesa de Andrade.

A promotora confirmou que constam nos autos do inquérito policial mensagens conseguidas no aparelho celular do advogado que comprovariam sua participação no esquema.

"No decorrer das investigações criminais foi constatada a existência de mensagens e ligações suspeitas no telefone celular de Andrade, sendo várias delas oriundas do preso 'Carioca' falando de uma quantia de R$ 150 mil. Posteriormente, Andrade responde a mensagem pedindo para que a pessoa compareça ao escritório dele, pois, segundo afirma, 'não é adequado falar por aqui'. Há informações, ainda, de que o custodiado "Carioca" teria enviado uma mensagem para Gustavo dizendo: 'não vai dar para tirar todo mundo hoje', pedindo para que Andrade fosse ao presídio no dia seguinte e mencionando o nome de  cinco reeducandos, sendo que, dentre eles, quatro conseguiram empreender fuga no dia da visita do advogado Então, constatou-se, que no manuseio do telefone celular do suspeito verificam-se várias mensagens e ligações relativas ao caso", confirmou a representante do MPE.

Primeira Edição © 2011