Renan deve anunciar nesta 2ª a maior parte do secretariado

Governador eleito tem completa radiografia do quadro financeiro estadual

22/12/2014 06:11

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Jornal Primeira Edição

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Salvo algum imprevisto (na última 2ª feira ele precisou ir a Brasília repentinamente) o governador eleito Renan Filho (PMDB) anunciará nesta segunda (22) ou terça-feira (23) a maioria dos nomes que comporão seu secretariado.

Diplomado na quinta-feira (18), em solenidade realizada no plenário do Tribunal de Justiça (TJ-AL), Renan Filho adiantou que alguns nomes de sua equipe ainda estão sendo estudados e serão anunciados até o final do ano.

Na sexta-feira (19), o governador eleito participou de coletiva em que o vice-governador Luciano Barbosa, coordenador da equipe de transição, apresentou um relatório detalhado do quadro financeiro do Estado, revelando que 82,9% do orçamento para 2015, estimado em R$ 8,5 bilhões, estão comprometidos com despesas, restando em torno de 17% (cerca de 1 bilhão e 500 milhões) para custeio e investimento.

Neste momento, Alagoas está ultrapassando o limite de gastos com pessoal, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas porque parte considerável dos servidores aposentados recebe salários pagos com a receita corrente dos Poderes.

O governador Renan Filho reafirmou que a próxima gestão estadual vai priorizar segurança, saúde e educação, sendo que esta última será o centro de todas as preocupações, ”porque somente a educação pode mudar a realidade de Alagoas”.

O quadro geral exibido pelo vice-governador Luciano Barbosa evoca uma situação que se repete a cada mudança de governo: o Estado com indicadores sociais críticos e com poucos recursos para investir em setores básicos como os acima mencionados.

Na avaliação de analistas políticos, o grande desafio de Renan Filho será corresponder à expectativa criada durante a campanha enfrentando limitações financeiras que não estão adstritas a Alagoas, mas a todos os Estados e ao governo federal.

Para o analista político Cláudio Noronha, Renan vai precisar do apoio da bancada federal e da boa vontade da presidente Dilma Rousseff para conseguir recursos que possam viabilizar projetos e obras capazes de marcar, de forma palpável, sua atuação à frente do Executivo alagoano. “Muito do que Teotonio Vilela realizou só foi possível graças ao envio de recursos federais”, lembrou.

Ele avaliou, também, que, como os demais Estados, Alagoas será grandemente afetada pela política de contenção que marcará o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. “O governo federal também vai cortar gastos, atingindo, inclusive, programas sociais como o seguro-desemprego”, asseverou.

Até este final de semana não havia sequer especulações sobre quem deverá assumir a Defesa Social, considerada o ponto crucial do próximo governo. “O ideal seria que Renan convidasse alguém de dentro do sistema policial, alguém com espírito de liderança e capacidade para enfrentar o desafio da criminalidade”, afirmou o analista Cláudio Noronha.

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