Virgem de 87 anos é estuprada por rapaz de 18 em Montes Claros

27/11/2014 14:29

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O Tempo

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"Judiaram de mim". Essas foram as únicas palavras que uma idosa de 87 anos conseguiu dizer ao ser encontrada sentada e em estado de choque na cama de sua casa em Aparecida do Mundo Novo, um pequeno distrito de Montes Claros, no Norte de Minas. Ela havia sido estuprada durante a noite por um rapaz de 18 anos, e teve uma hemorragia após perder a virgindade de forma violenta. O crime aconteceu no dia 10 de outubro, mas o homem só foi preso na última quarta-feira (26). O crime deve ser reconstituído pela Delegacia de Mulheres de Montes Claros na próxima semana.

Segundo a delegada Karine Maia Costa de Faria, responsável pelo caso, a idosa morava sozinha em uma casa isolada, sem vizinhos ao redor, no pequeno povoado, de forma que mesmo que conseguisse gritar e pedir socorro durante o crime, ninguém a ouviria. Por ter dificuldades de ouvir e de enxergar, já que é quase cega, a vítima não conseguiu reconhecer o suspeito. Mesmo assim, ele confessou o crime, e foi preso cerca de 10 dias depois.

A idosa teve a casa invadida pelo rapaz, que alegou estar bêbado na ocasião, e foi violentada por ele. "Ele não chegou a bater nela, nem agir com outro tipo de violência a não ser o próprio estupro. Mas pela violência da penetração, já que a vítima não tinha lubrificação e era virgem, ela acabou tendo uma hemorragia e teve que fazer uma sutura", explicou a delegada. Na manhã seguinte após o crime ela foi levada ao hospital, onde o médico constatou o rompimento do hímen.

Quem encontrou a mulher, que provavelmente passou o resto da noite sentada na cama em estado de choque, foi a cuidadora dela. "Essa senhora chegou na casa da idosa e a viu sentada na cama, paralisada, e disse que ela só falava ´judiaram de mim, judiaram de mim´, mas não conseguiu entender nada além disso. Somente quando a cuidadora foi limpar a cama é que ela percebeu que a idosa estava completamente suja de sangue", explicou Faria. Após isso, a mulher acionou a Polícia Militar e o SAMU.

Ainda na fase do atendimento da ocorrência pela Polícia Militar, alguns moradores apontaram o rapaz de 18 anos como suspeito, e as investigações da Polícia Civil continuam para se descobrir o porquê da suspeita imediata ter recaído sobre ele.

Na casa do rapaz, a polícia encontrou uma calça e chinelos sujos de sangue. O material genético foi recolhido para a realização de exames de DNA e está em posse da perícia. O suspeito foi interrogado no dia 12 de novembro e confessou o estupro. Ele relatou com riqueza de detalhes o ocorrido, e o relato estava em consonância com o da vítima, o que fez a polícia confirmar a sua autoria no crime. Em nenhum momento ele mostrou arrependimento pelo que fez, apenas frieza. "Só chorou quando foi preso. Chorou muito", contou a delegada.

Apesar da dificuldade em ouvir e enxergar, a idosa conseguiu relatar com alguns detalhes o ocorrido. Ela disse que após o estupro, o rapaz ainda ficou por cerca de uma hora na cozinha da casa dela, detalhe que também foi confirmado pelo suspeito, mas ele não esclareceu o que estava fazendo.

"Neste mesmo dia que nós o interrogamos eu protocolei o pedido de prisão preventiva, mas o pedido só foi aceito na sexta-feira (21). Desta forma, nós não pudemos o prender durante este período, mas tentamos monitorá-lo para evitar que ele fugisse", explicou a delegada.

Ainda conforme a delegada, o suspeito ainda morava com os pais e permanece detido preventivamente no presídio de Montes Claros. "As investigações continuam, ainda vamos fazer diligências, e também estamos analisando a possibilidade de reconstituir o crime na próxima semana. Também iremos analisar se ele tem algum distúrbio mental, o que não parece ser o caso. Mas estuprador nunca fala o motivo, né? Em homicídios a gente pode ter um motivo, uma briga, ciúme. Mas estupro não há um motivo, é tara, perversão sexual. Ele não disse que foi porque a senhora era virgem, mas pode ter sido, ele pode ter ficado sabendo disso", esclareceu Faria.

Quanto a idosa, ela já está fora de perigo, mas permanece em estado de choque. "Ela está muito traumatizada e não conseguiu nem voltar pra casa. Por enquanto, ela está ficando na casa da cuidadora dela", contou a delegada.

O crime de estupro de vulnerável no Brasil prevê pena de 8 a 15 anos de prisão, mas devem haver agravantes neste caso, que podem aumentar a pena, conforme a policial.

Primeira Edição © 2011