Dólar fecha em alta após anúncio de nova equipe econômica

27/11/2014 15:23

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G1

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Depois de passar a maior parte da tarde operando em queda, o dólar mudou de direção após o anúncio da nova equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff e fechou em alta.

A moeda norte-americana subiu 0,9%, a R$ 2,5295. 

Pouco depois das 15h, o Palácio do Planalto anunciou, por meio de nota, os primeiros nomes de ministros da equipe do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff – Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini, que permanecerá como presidente do Banco Central, cargo com status de ministro.

Esta semana, os mercados demonstravam bom humor com as escolhas da nova equipe. A avaliação é de que a trinca indica que Dilma reconhece a necessidade de mudança na política econômica.

O economista Emerson Marçal, professor da escola de economia da FGV-SP, disse em entrevista ao G1 que "a volatilidade do dólar deve diminuir" depois do anúncio. "De imediato, o mercado tende a dar uma tranquilizada", avalia.

Já o especialista em câmbio e comércio exterior Sidney Moura Nehme afirma que há "confusão" no mercado de dólar. "A equipe é vista favoravelmente, só que tem determinados mercados, como o de dólar, que eu entendo que estão confundindo confiança com credibilidade. A equipe é de confiança, mas a credibilidade do país só virá com resultados", diz.

Desde a reeleição de Dilma Rousseff, havia expectativa no mercado em relação aos novos integrantes da equipe econômica do segundo mandato da presidente. Na semana passada, Dilma fez os convites para que Joaquim Levy e Nelson Barbosa passassem a integrar o governo. Depois, definiu o cargo que cada um ocuparia. Os dois, além de Tombini, chegaram a ser cogitados para ocupar a Fazenda – mas a escolha recaiu sobre Levy.

Na semana e no mês, o dólar tem alta acumulada de 0,31% e 2,05%, respectivamente. No ano, há valorização de 7,30%.

O anúncio também influenciou a Bovespa, que fechou em queda nesta quinta. O Ibovespa, principal índice da bolsa, terminou em baixa 0,68%, a 54.721 pontos.

Interferência do BC

Segundo a agência Reuters, o movimento de alta no final do pregão foi motivado pela declaração do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que o atual estoque de swaps cambiais "já atende" à demanda por proteção cambial da economia e deve continuar a ser renovado no futuro, observadas as condições de demanda.

"Entendemos que o estoque de swaps e derivativos cambiais ofertados pelo BC até o presente momento já atende de forma significativa à demanda por proteção cambial da economia", disse Tombini em entrevista coletiva após o anúncio de que continuará a comandar o Banco Central no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

O volume ofertado até o momento no programa de swaps cambiais é de cerca de US$ 100 bilhões, correspondente a menos de 30% das reservas internacionais. Durante a coletiva, Tombini voltou a afirmar que a política monetária deve se manter especialmente vigilante e que o BC tem trabalhado para a inflação voltar à trajetória da meta do governo.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3 mil contratos para 1º de junho e 1 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,8 milhões. O BC também vendeu nesta sessão a oferta integral de até 14 mil swaps naquele que deve ser o último leilão para rolagem dos contratos que vencem em dezembro. Com isso, rolou quase todo o lote que vence na semana que vem, equivalente a US$ 9,831 bilhões.

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