De um lado, um treinador perto de reviver o melhor momento de sua carreira. De outro, um profissional determinado a se firmar no seleto dos técnicos de primeira linha no Brasil. Em ambos, a vontade de acabar com o estigma de vice em torneios mata-mata. Decidido nesta quarta-feira, (26), no Mineirão, o título da Copa do Brasil será emblemático para as carreiras de Levir Culpi e Marcelo Oliveira.

O Atlético-MG de Culpi venceu o primeiro jogo da final por 2 a 0 no estádio Independência e pode até perder por um gol de diferença para conquistar a competição nacional – a taça vem também em caso de derrota por dois gols se o time alvinegro marcar pelo menos um (3 a 1, 4 a 2 etc).

“Tivemos com adversários o Palmeiras, o Flamengo, o Corinthians e agora o Cruzeiro na decisão. O Cruzeiro teve ABC, Santa Rita e Santos. Então, pelo que nós passamos, é justo uma conquista, mas nós temos que buscar”, afirmou Culpi.

O título atleticano faria Levir voltar ao ponto mais alto de sua vida como treinador: quando venceu a Copa do Brasil em 1996. O detalhe curioso é que naquela época ele dirigia o Cruzeiro, seu adversário de agora.

Oliveira, por outro lado, está em seu melhor momento profissional. Depois de uma carreira vitoriosa como jogador pelo Atlético-MG, o técnico conquistou seu segundo Campeonato Brasileiro com o Cruzeiro no último domingo. Ganhar também a Copa do Brasil, e ainda por cima revertendo a vantagem do maior rival, o coloca em um patamar em que hoje estão Muricy Ramalho, Tite e Luiz Felipe Scolari: o de treinadores de primeiro escalão.

"Temos toda a confiança e toda a fé que mesmo com a diferença no placar é possível porque temos um time de guerreiros e que sabe jogar. Isso é a base de tudo", disse Oliveira, bicampeão brasileiro no último domingo

Mas, mais do que a passagem pelos dois arquirrivais mineiros, a história de Levir Culpi e Marcelo Oliveira se aproxima por um retrospecto nada incômodo: ambos somam dois vices na competição. O atleticano perdeu uma final quando dirigia justamente o Cruzeiro, em 1998, e outra com o São Paulo, em 2000, para a equipe celeste. Já o atual técnico cruzeirense foi derrotado nas decisões de 2011 e 2012 com o Coritiba.