Último foragido da Lava-Jato se entrega à PF em Curitiba

24/11/2014 12:41

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O Globo

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Apontado pela Polícia Federal como o último foragido na sétima etapa da Operação Lava-Jato, Adarico Negromonte Filho entregou-se à PF em Curitiba na manhã desta segunda-feira, (24). Ele chegou a pé, acompanhado por um advogado e um segurança. Com sorriso no rosto e aparentemente tranquilo, ele entrou pela porta principal, sem tentar se esconder.

Negromonte, um dos 25 investigados nesta fase da Lava-Jato, é o irmão mais velho do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, e trabalhava para o doleiro Alberto Youssef. Segundo a PF, sua função era entregar dinheiro a políticos.

De acordo com as investigações, ele levava dinheiro do escritório do doleiro até os agentes públicos e partidos políticos. Ele teve a prisão decretada pela Justiça Federal do Paraná na semana passada. A defesa chegou a entrar com um pedido de revogação da prisão temporária.

No seu pedido, a advogada Joyce Roysen diz que seu cliente "vem sendo considerado como "foragido da Justiça, o que não é condizente, pois em momento algum foi realizada diligência em sua residência na cidade de Registro, para o cumprimento da medida coercitiva".

“Assim, o requerente, por não suportar mais as mazelas da prisão temporária decretada por Vossa Excelência, por intermédio de suas advogadas, entrou em contato com a Polícia Federal de Curitiba e informou que se apresentará nesta segunda-feira, dia 24, a fim de que possa contribuir com as investigações criminais”, diz a petição da advogada.

A criminalista aguarda um posicionamento da Justiça sobre o pedido de liberdade de Adarico. Ela alega que ele tem idade “avançada”, 68 anos, e que o quadro de saúde também é “delicado”. Segundo Joyce, Adarico sofre de pneumonia viral crônica.

— Se esse é o nome correto da doença eu não tenho certeza, mas foi o que ele me disse — afirmou a advogada.

O GLOBO consultou a pneumologista e responsável pelo Ambulatório de Fibrose Cística da Santa Casa de São Paulo, Neiva Damasceno, sobre as restrições que poderiam impor ao paciente a doença relatada pela advogada. A médica afirmou que quadros virais de pneumonia não têm como ser de natureza crônica.

— Não existe pneumonia viral crônica, mas aguda.

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