Presidentes da Câmara e do Senado pedem mais diálogo ao governo

Depois da derrota, governo está preocupado com votação de projetos polêmicos. Presidente da Câmara foi chamado para uma conversa.

31/10/2014 07:02

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Bom Dia Brasil - G1

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Depois de uma primeira derrota, o governo está preocupado com a votação de projetos polêmicos. O presidente da Câmara foi chamado para uma conversa para tentar acalmar os ânimos.

O governo vai ter que conversar também com o Senado. Esta é uma reivindicação não só de deputados, mas também de senadores. É o que querem: mais diálogo para negociação.

O governo quer a ajuda dos aliados para evitar projetos que aumentem os gastos públicos e para isso é preciso acalmar os aliados, muito magoados com a derrota nas eleições estaduais.

Foi o primeiro passo do governo para tentar acalmar os ânimos entre os insatisfeitos do Congresso. O ministro da Casa Civil chamou o presidente da Câmara para uma reunião no Palácio do Planalto. Quis saber que projetos ele pretende colocar em votação até o fim do ano. Henrique Eduardo Alves, que é do PMDB, principal partido aliado do governo, saiu da conversa falando em mais conversa.

“É uma hora de muita responsabilidade do Parlamento e também do poder executivo. Diálogo, dialogo é a palavra mágica”, diz Henrique Eduardo Alves, do PMDB/RN, presidente da Câmara.

Logo na primeira sessão depois das eleições, na terça-feira (28), o governo sofreu uma derrota. Os deputados derrubaram a proposta que regulamenta a atuação dos conselhos populares. E o presidente da Câmara, que vai encerrar o mandato em janeiro, anunciou que pretende votar outros dois projetos que preocupam o Planalto.

O orçamento participativo, que obriga o governo a garantir os recursos para as emendas de deputados e senadores, e o que aumenta os repasses para o Fundo de Participação dos Municípios.

E tem mais. O presidente do Senado já disse que vai colocar em votação na semana que vem o projeto que muda o índice de correção das dívidas de estados e municípios com a União, o que pode reduzir a arrecadação do Governo Federal. Mas, nesta quinta-feira (30), o senador Renan Calheiros, que também é do PMDB, disse que o governo pode ficar tranquilo que a aliança está garantida.

“Não há aqui no Senado essa preocupação, não haverá pauta-bomba, nós temos preocupação com o equilíbrio fiscal”, afirma Renan Calheiros, do PMDB/AL, presidente do Senado.

Mas, assim como o presidente da Câmara, o senador também quer mais espaço para negociar.

“A construção de uma grande convergência, de uma agenda nacional, a criação de um momento novo de união nacional precisa de conversas de lado a lado. Mesmo que as pessoas não concordem em algumas coisas, elas precisam conversarem. Conversa não arranca pedaço”, diz Renan Calheiros.

Pauta-bomba são projetos polêmicos, preocupantes para o governo. E por falar em preocupação, uma outra é quem vai assumir a presidência da Câmara no ano que vem.
A ideia de governistas é deixar a câmara com o PT e manter o Senado com o PMDB.

Primeira Edição © 2011