O estaleiro não afundou

15/09/2014 07:21

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Redação

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O estaleiro de Coruripe afundou? A pergunta procede, e sugere outra: por que a licença definitiva saiu e ninguém comemorou?

Em vez de euforia ruidosa, silêncio. Certo que Téo Vilela, que seria o beneficiário eleitoral do Eisa alagoano, não é candidato, mas isso não justifica o marasmo que se seguiu ao anúncio do Ibama.

Crise, crise braba. Ninguém celebra porque o Grupo Synergy, de German Efromovich, está lutando para superar a crise de outro estaleiro, o  Eisa do Rio de Janeiro, posto à venda para pagar salários de milhares de funcionários. Resumo da crise: a PDVSA, estatal venezuelana de petróleo, encomendou 10 navios ao Eisa, mas deixou de cumprir o contrato quando o primeiro ficou pronto. Fim.

Bom, e o Eisa de Alagoas naufragou? Não, porque é outra história. German, o dono do Grupo Synergy, pode obter financiamento junto ao BNDES, já tem pré-contratos (encomendas) da Petrobras e pode usar recursos do bilionário Fundo da Marinha Mercante. A questão, pois, se atém ao impasse que acomete o seu Eisa fluminense, por sinal, o estaleiro com o maior número de encomendas do Brasil e que hoje tem uma dívida superior a 100 milhões de reais.

Sucede que o Eisa de lá é apenas uma das muitas (e grandes) empresas do Synergy. Não é uma crise do Grupo, mas de um fragmento do conglomerado. E como não se consegue licença para uma indústria naval a ‘três por quatro’, parece mais consentâneo acreditar que o Eisa de Coruripe não naufragou. Mudou, apenas, a natureza do percalço – de papel timbrado para papel-moeda.

 

OUVIDOS DE MERCADOR

De nada valeu o apelo do TRE-AL para que os partidos evitassem abarrotar a Justiça Eleitoral com ações e pedidos de direito de resposta. A turma, aliás, parece ter ouvido exatamente o contrário.

 

CADÊ O ZÉ MUNIZ?

É fraco, fraquíssimo o nível dos candidatos às eleições em Alagoas. Isso explica porque um número grande de pessoas tem procurado saber porquê o imbatível Zé Muniz ficou de fora destas eleições.

 

NINGUEM CONSEGUE ‘TRANSFERIR VOTO’

Berço natural do PT, São Paulo é, também, a prova constante de que Lula não consegue transferir. Quem pensou que Fernando Haddad se elegeu prefeito por influência de Lula, agora está vendo o candidato do barbudo a governador, Alexandre Padilha, amargar o 3º lugar nas pesquisas. Tão distante do segundo colocado, que precisa usar telescópio para enxergá-lo. E o prestígio do Lula?

 

TRISTE EVOCAÇÃO

Num de seus mísseis dirigidos a Fernando Collor pela TV, o gordo Omar Coelho evoca um dos momentos cruciais da largada do governo colorido em 1990: o confisco da caderneta de poupança.

 

DINHEIRO À VISTA

Teotonio Vilela está prestes a concluir a liberação 150 milhões de dólares junto ao BNDES. Bom para o próximo governador, que assumirá o Estado com generosos 320 milhões de reais em caixa.

 

E MACEIÓ, FINALMENTE,M AVANÇOU NO IDEB

Justiça seja feita: Maceió registrou avanço no Ideb graças ao trabalho competente, profissional, da secretária Ana Dayse. É o que acontece quando a pessoa certa vai para o lugar certa. Dayse levou para a Semed toda sua experiência de educadora e de ex-reitora da Universidade Federal de Alagoas, onde realizou um trabalho de altíssimo nível. Ponto para o prefeito Rui Palmeira, por ter nomeado uma técnica para cuidar do ensino público da rede municipal.

 

ATAQUES NO GUIA

Se criticar e expor adversário resolvesse a parada, Skaf se elegeria prefeito de São Paulo. Ele culpa Alckmin pela seca. Resultado: vem caindo nas pesquisas, enquanto Alckmin avança cada vez mais.

 

MÃOS LAVADAS

O governo Dilma, assim como o governo Lula, lavou as mãos diante da violência, ao deixar o ônus do combate à criminalidade para estados e municípios. Aí, o crime virou patrimônio nacional.

 

TÉO QUER CONCLUIR DETRAN E IML

Téo Vilela ordenou pressa à equipe para concluir a implantação do novo Instituto Médico Legal de Maceió (IML) e a transferência do Departamento de Trânsito, cuja estrutura operacional será removida do Pontal da Barra para o Tabuleiro do Martins. A ordem é pisar no acelerador para permitir que os dois órgãos sejam inaugurados até o final do ano, ou seja, pelo próprio governador tucano.

 

CHEGA PRA LÁ

A troca de acusações entre vários candidatos, no Guia Eleitoral, está conseguindo afastar mais ainda o eleitorado que, naturalmente desmotivado, já demonstrava invulgar desinteresse pelas eleições.

 

FILHO DO MENSALÃO

Quem diria, já existem elementos indicando que o esquema de distribuição de dinheiro da Petrobras pode ser uma extensão do famigerado mensalão que pipocou no início do governo Lula.

 

UM TERÇO DO PAÍS ESTÁ COM DILMA

Uma antiga raposa política alagoana dizia que, por pior que for, um governante consegue um terço dos eleitores. Não é o caso do governo Dilma, mas o fato intrigante é que a petista não tem conseguido mais do que esse patamar nas pesquisas de intenção de voto, apesar do mais que notório aparelhamento do estado.

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