Presidente do STJD não vê discriminação em chamar jogadores de ‘bicha’

13/09/2014 12:47

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Painel FC/Folha de S. Paulo

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Questão conceitual

Na esteira da campanha do Corinthians contra a homofobia nos estádios, o presidente do STJD, Caio Rocha, não vê discriminação em torcedores chamarem de "bicha" jogadores que são heterossexuais. Para ele, esses gritos durante os jogos têm "a intenção é de ofender, não de discriminar". "O ato discriminatório tem que ser direcionado a pessoas com características diferentes às do autor da ofensa", argumenta Rocha.

Paralelo. "Se eu andar na rua e me chamarem de 'bicha', não vou me sentir discriminado porque eu não sou homossexual. Vou me sentir ofendido", diz Rocha.

'Desordem'. Pelo raciocínio do presidente do STJD, clubes que tiverem torcedores xingando de "bicha" atletas rivais não podem ser punidos por discriminação. As equipes se enquadrariam no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de "desordem".

Caso a caso. Caio Rocha, porém, diz que cabe à procuradoria do STJD denunciar os eventuais casos relacionados aos gritos de "bicha" nos estádios. E que o tribunal avaliará "caso a caso" os possíveis processos.

Primeira Edição © 2011