Esclerose múltipla afeta adultos jovens com idade entre 20 e 40 anos

12/09/2014 08:25

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Divulgação

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Responda se puder: se alguém perguntasse o que é esclerose múltipla, o que você responderia? Opção A: doença relacionada ao envelhecimento, que leva à perda de memória, confusão e esquecimento. Opção B: doença neurológica autoimune incidente em adultos jovens. Opção C: nenhuma das afirmações acima.

Se escolheu a opção A ou C, você errou. A esclerose múltipla não é sinônimo de velhice. Pelo contrário, sua maior incidência é entre adultos jovens. Nada menos que 70% dos diagnósticos são realizados em pessoas com idade entre 20 e 40 anos.

As causas da doença ainda não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que se trata de uma doença inflamatória crônica autoimune. Apesar disso, a doença não é hereditária.

A esclerose múltipla tem origem no cérebro e acomete o sistema nervoso central, incluindo o cerebelo e a medula espinhal. Por ser autoimune, ela se manifesta quando o organismo confunde células saudáveis do sistema nervoso central com intrusas, e as "ataca" provocando lesões cerebrais. Essas lesões ocorrem na capa que recobre os axiônios do cérebro, responsáveis pelo comando de ordem e impulsos.

A esclerose múltipla também pode se desenvolver por fatores ambientais ainda pouco esclarecidos. Sabe-se, por exemplo, que ela aparece com mais evidência em pessoas que tiveram ao longo da vida baixa exposição ao sol. Por isso, a prevalência da doença é maior na nebulosa região Sul, onde se registra 40 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, o dobro do registrado na ensolarada Alagoas, onde se registra 20 casos.

Com o avanço da doença, os pacientes podem perder algumas capacidades físicas e cognitivas, manifestando-se de formas variadas em cada indivíduo. Há pacientes que têm surtos espaçados e discretos, enquanto outros podem apresentar surtos mais intensos que podem até trazer prejuízos permanentes.

“O importante é identificar a doença cedo e começar logo o tratamento”, alertou o neurologista da Santa Casa de Maceió, Pedro Jatobá Neto. Segundo ele, no passado metade dos pacientes tinha perda da autonomia motora e muscular, abandonando suas atividades de rotina e passando a ter dependência direta de um cuidador para auxiliá-lo. Tudo isso por falta de tratamento. Hoje, graças ao arsenal de medicamentos, essa situação extrema chega a um público mais restrito de pacientes com esclerose múltipla. Na maioria dos casos, como o da atriz Cláudia Rodrigues, o paciente tem uma vida ativa e produtiva.

Os primeiros sinais podem passar despercebidos ou ser confundidos com qualquer outro tipo de doença. Um dos sinais mais comuns é a perda de visão, mas deve-se estar atento a outros sintomas que surgem e desaparecem como distúrbios cognitivos, formigamento na face, perda de força nos braços e pernas, quadros emocionais depressivos. Muitas vezes os surtos podem durar períodos de até dez dias e sumir.

Uma vez confirmado o diagnóstico de esclerose múltipla, uma doença inflamatória desmielizante, com manifestação remitente-recorrente, o tratamento tem dois objetivos principais: abreviar a fase aguda e tentar aumentar o intervalo entre um surto e outro.

No primeiro caso, os corticosteróides são drogas úteis para reduzir a intensidade dos surtos. No segundo, os imunossupressores e imunomoduladores ajudam a espaçar os episódios de recorrência e o impacto negativo, que provocam na vida dos portadores de esclerose múltipla, já que é quase impossível eliminá-los com os tratamentos atuais.

Primeira Edição © 2011