Especialistas admitem reações, mas garantem que vacina contra o HPV não faz mal à saúde

01/09/2014 12:34

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Apesar de ocorrências de reações adversas à vacina contra o papiloma vírus humano (HPV) no País, a imunização não oferece riscos à saúde nas meninas entre 11 e 13 anos que passaram a tê-la no calendário básico desde março deste ano. É o que garante a coordenadora do Programa de Imunização de Pernambuco (PEI/PE), Ana Catarina de Melo: "Nós já vacinamos 4,3 milhões de meninas em todo o País e não tivemos reações graves. Às vezes, a menina sente dor no local da aplicação, ou febre, o que pode acontecer com qualquer vacina. Não leva a contra-indicação". Caso algum comportamento estranho seja identificado, a orientação é procurar um serviço de saúde.
 
Na primeira etapa do programa de vacinação, foi registrado pelo Ministério da Saúde (MS) que seis meninas apresentaram reações adversas como mal estar, dores musculares, dor de cabeça, náusea e até convulsões de um mesmo lote no Rio Grande do Sul. Quanto a esse caso, Ana Catarina explica que: "Foi no mesmo local, e ainda está sendo investigado se o que provocou as reações realmente foi a vacina". 
 
A vacinação é feita em três etapas e protege contra quatro subtipos do HPV (6, 11, 16 e 18). Segundo o MS, os subtipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero, enquanto os subtipos 6 e 11 respondem por 90% das verrugas anogenitais. De acordo com Ana Catarina, é de fundamental importância que as três doses sejam tomadas: "Só assim vai haver garantia de proteção prolongada".
 
Nesta segunda-feira (1º), começa a segunda etapa da vacinação. As meninas devem se dirigir às unidades de saúde para aplicar a dose. Alguns municípios do Estado também oferecem a imunização nas escolas. Em Pernambuco, 206.235 meninas foram vacinadas na primeira etapa, sendo 86,23% do total nesta faixa etária. 
 
No Recife, a campanha foi feita nas instituições de ensino para chamar a atenção para a importância da proteção, como explica a coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Recife, Elizabeth Azoubel: "As adolescentes foram referenciadas para procurarem o posto de vacinação mais próximo de casa para aplicação da segunda dose". As meninas que não tomaram a primeira dose também poderão começar o processo nos postos de saúde.
 
DOENÇA - O HPV é transmitido por contato direto com a pele ou mucosas infectadas, por meio de relação sexual. O vírus também pode ser transmitido da mãe para o filho na hora do parto. O maior objetivo da vacinação é reduzir casos e mortes ocasionadas pelo câncer de colo de útero.
 
Apesar da proteção, a vacina não descarta que mulheres entre 25 e 64 anos realizem o exame preventivo, chamado papanicolau, todos os anos. Além disso, deve-se sempre usar preservativo nas relações sexuais.

Primeira Edição © 2011