Twitter vai remover imagens de pessoas mortas a pedido das famílias

Medida do microblog é anunciada após ataque de trolls contra Robin Williams e a recente distribuição de imagens reproduzindo a decapitação do fotojornalista James Foley

21/08/2014 07:02

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O Twitter anunciou no final da noite desta terça-feira que vai remover imagens e vídeos de pessoas falecidas desde que requistado por membros da família. A decisão do microblog veio uma semana depois da filha do comediante Robin Williams, morto na semana passada, ter anunciado que iria deixar o Twitter depois de ter recebido imagens que denegriam a imagem do pai enviadas por trolls online.

A decisão também acontece depois que o Twitter tentou apagar imagens e vídeos reproduzindo o vídeo no qual o fotojornalista americano James Foley  teria aparentemente sido decapitado pelo grupo militante Islamic State, mais conhecido como ISIS. O vídeo foi postado pelo ISIS no YouTube e atraiu críticas horrizadas mundiais.

“No sentido de respeitar os desejos dos familiares, o Twitter vai remover imagens de pessoas mortas em certas circunstâncias", informou o porta-voz do Twitter, Nu Wexler, ao falar sobre a atualização das políticas de uso do serviço. "Quando revisar esse tipo de pedido de remoção de mídia, o Twitter vai considerar fatores de interesse público, tais como o teor jornalístico da informação e poderá não ser capaz de honrar todos os pedidos".

No caso do jornalista que foi executado, o Twitter está assumindo uma postura bem mais dura. O CEO do Twitter, Dick Costolo, anunciou nesta quarta-feira que o serviço de microblogging vai suspender as contas de usuários que publicaram imagens da execução.

O Twitter, que tem atualmente 271 milhões de usuários ativos por mês, publicou detalhes da política de uso que exige por exemplo que um membro da família ou seu representante apresente documentos como cópia do atestado de óbito e um documento de identidade oficial. Membros da família ou outras pessoas autorizadas podem solicitar a remoção de fotos ou vídeos "quando uma ofensa crítica acontece momentos antes ou depois da morte”, diz o documento.

O Twitter ainda continua, no entanto, a dar acesso à conta do usuário morto para outras pessoas, mesmo que sejam da família da pessoa morta.

A empresa continua a ser cobrada a mudar as Regras do Twitter para atender casos de ameaças ou abusos contra mulheres, por exemplo. Um ano atrás, o microblog criou o botão "in-tweet" contra abusos para reportar violações às regras de uso. O problema é que muitas pessoas argumentam que ainda é impossível parar determinados trolls.

"Eu suportei isso por dois anos, assim como inúmeras outras pessoas", diz a usuária do Twitter Imani Gandy que recentemente escreveu sobre as investidas racistas que vem sofrendo nas mãos de um troll específico que cria centenas de contas diferentes para disparar mensagens para amigos, conhecidos e colegas de trabalho.

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