Dunga admite que futebol do Brasil ficou para trás: "Não vou vender um sonho"

Em coletiva após assumir o comando da seleção brasileira, Dunga afirma que objetivo principal é vencer o próximo Mundial, a ser disputado na Rússia em 2018

22/07/2014 11:46

A- A+

iG

compartilhar:

Depois da eliminação do Brasil na Copa do Mundo de 2014, muito se falou sobre reestruturação da base e que o próximo treinador deveria pensar também a longo prazo. Porém, o discurso foi abandonado com a volta de Dunga à seleção brasileira. O objetivo, como ele deixou claro, é outro. "Na minha primeira passagem foi pedido para resgatar o valor da seleção e resultados. Na segunda, a tendência é prepararmos a seleção para a Copa de 2018, na Rússia", disse o treinador.
 
Não que reformular a estrutura esteja fora de cogitação. "Resultados, formar atletas... temos que mesclar. A Holanda mesclou, então temos que passar para o torcedor as duas partes da moeda. O Brasil tem jogadores novos com boa experiência nos clubes e também na seleção. No caminho você tem que ter o resultado e aos poucos ir colocando jogadores. Você coloca o jogador pela competência dele e pelo rendimento", afirmou Dunga, sempre ressaltando que a prioridade é vencer. "Precisa ter a competitividade".
 
Além disso, o treinador foi franco quanto ao momento da seleção brasileira e afirmou que é necessário uma mudança de mentalidade, além de certa humildade para reconhecer que não somos mais os melhores.
 
"O torcedor está machucado, mas continua com o carinho. Eu não vou vender um sonho. A realidade é que precisamos de muito trabalho. Não podemos achar que somos os melhores. Já fomos, mas hoje precisamos resgatar. Temos de ter humildade para reconhecer que outras seleções trabalharam muito, e nós precisamos trabalhar arduamente para voltarmos ao nosso lugar. Vai ser um trabalho duro a cada dia", disse Dunga.
 
A já habitual pergunta sobre o resgate do "futebol arte" surgiu, mas o termo não conta com a simpatia de Dunga. "É muito legal falar futebol arte, mas o goleiro defender também é um arte, o zagueiro desarmar também é arte. O que não pode é comparar o futebol lá de trás com o de agora. Não dá para ter um Pelé a cada dia. Temos de aliar o talento ao comprometimento", ressaltou.

Primeira Edição © 2011