Espanha e França quase atingem meta de déficit e Grécia surpreende

Espanha ficou a um décimo do objetivo de redução do déficit ao alcançar um índice de 6,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, a França superou em dois décimos o valor estipulado, ao atingir 4,3%

23/04/2014 12:38

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Por EFE Brasil, EFE Multimedia

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Bruxelas, 23 abr (EFE).- A Espanha ficou a um décimo do objetivo de redução do déficit ao alcançar um índice de 6,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, a França superou em dois décimos o valor estipulado, ao atingir 4,3%, enquanto a Grécia registrou um superávit primário um ano antes do previsto.

Os dados publicados nesta quarta-feira pelo Eurostat confirmam as expectativas sobre a Espanha e a França e o superávit primário antecipado pelo governo grego, e indicam uma moderação do déficit tanto na zona do euro como no conjunto da União Europeia (UE), embora a dívida pública continue aumentando.

O escritório de estatística comunitária calcula que o déficit espanhol se elevou até 72,577 bilhões de euros em 2013, o que representa 7,1% levando em conta as ajudas aos bancos, que tiveram um impacto de 0,5% do PIB no desvio orçamentário.

Bruxelas leva em consideração o cálculo do déficit sem a ajuda aos bancos (6,6%), dentro de sua vigilância sobre os esforços feitos pelo país para reequilibrar suas contas públicas e cumprir com o máximo de 3% estabelecido no Pacto de Crescimento e Estabilidade europeu.

Para isso, a Espanha deveria fechar 2013 em 6,5%, para chegar a 5,8% em 2014, a 4,2% em 2015 e a 2,8% em 2016.

Apesar do desvio de um décimo em relação à porcentagem que o governo espanhol previa, o ministro da Fazenda, Cristóbal Montoro, afirmou que 'Espanha em seu conjunto cumpriu com os objetivos de déficit marcados para um período tão difícil como o ano de 2013'.

O Executivo espanhol acredita que a mudança de cálculo do PIB que o Eurostat deve introduzir reduza a proporção do déficit espanhol inclusive abaixo da meta de 6,5%.

A Comissão Europeia anunciará seu veredicto em 2 de junho, quando publicará suas recomendações econômicas para os países europeus, segundo indicaram fontes comunitárias.

Na ocasião se saberá se o Executivo comunitário exigirá novos esforços da França, depois que se confirmou que o país descumpriu com o objetivo de reduzir seu déficit para 4,1% em 2013, ao atingir 4,3%.

Bruxelas estuda o pacote de cortes apresentado pelo novo primeiro-ministro francês, Manuel Valls, mas já alertou que o país deve se ajustar ao calendário pactuado para a redução do déficit, que obriga a diminuí-lo até 3,6% em 2014 e abaixo de 3% em 2015.

Os dados apresentados pelo Eurostat confirmam também que a Grécia conseguiu fechar 2013 com um superávit primário de 0,8%, após descontar o impacto que tiveram elementos como o pagamento de juros de seu déficit geral, que foi de 12,7%.

Este número 'está muito melhor que a meta fixada para 2013, que era um orçamento primário equilibrado', disse o porta-voz de economia da CE, Simon O'Connor.

O vice-ministro Finanças da Grécia, Jristos Staikuras, argumentou hoje que o país alcançou um superávit primário de 3,4 bilhões de euros (1,86% do PIB), ao invés dos 1,5 bilhão calculado por Bruxelas, devido a diferenças nas metodologias aplicadas.

O superávit primário é chave para que os sócios europeus considerem mais medidas de assistência à Grécia destinadas a reduzir sua alta dívida, que no ano passado representou 175,1% de seu PIB, segundo os dados do Eurostat.

Em geral, o escritório estatístico comunitário constatou uma moderação do déficit tanto entre os países da zona do euro como no conjunto da União Europeia, que em média apresentaram um desvio de 3% e 3,3%, respectivamente.

No entanto, dez dos vinte e oito membros da UE superam o máximo de 3%, liderados pela Eslovênia (14,7%) e entre os quais estão todos os países que foram resgatados: Grécia (12,7%), Irlanda (7,2%), Chipre (5,4) e Portugal (4,9%).

No extremo oposto, Luxemburgo obteve um superávit do 0,1% e Alemanha 'se estabeleceu em uma situação próxima ao equilíbrio'.

A dívida pública continuou sua tendência de alta, de modo que se elevou até 92,6% nos países do euro e a até 87,1% entre os membros da UE. EFE
 

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