Japão revisará plano de caça das baleias na Antártica após decisão da CIJ

18/04/2014 13:07

A- A+

AFP

compartilhar:

O governo japonês revisará o plano de caça "científica" de baleias na Antártica, em virtude da decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), com o objetivo de dar um caráter mais científico compatível com as regras internacionais.

"Realizaremos estudos em colaboração com os ministérios envolvidos para apresentar um novo programa de pesquisa à Comissão Baleeira Internacional", afirmou o ministro da Pesca, Yoshimasa Hayashi.

O ministro afirmou que o país leva em consideração os critérios do tribunal das Nações Unidas, que considerou que o programa científico do Japão escondia atividades comerciais.

Hayashi confirmou que o Japão cancelaria a segunda fase da pesquisa na Antártica, o plano Jarpa II, de acordo com a decisão judicial, e que espera elaborar outro.

"Após o veredicto, nosso país vai manter a política de caça às baleias para pesquisa, com base no direito internacional e nos critérios científicos com o objetivo de obter os dados científicos necessários para uma regulamentação dos recursos baleeiros e com a finalidade de retomar a caça comercial", disse Hayashi.

O Japão encerra assim o controverso programa que executava até o momento na Antártica e apresentará outro, no qual pretende incluir elementos científicos com o objetivo de beneficiar-se da exceção concedida pela Comissão Baleeira Internacional (CBI) para a captura de baleias com fins científicos no Oceano Antártico.

Apesar da expedição na Antártica ter sido anulada, a o Japão prosseguirá com a caça "científica" das baleias em outras partes, como o Oceano Pacífico, onde realizará a partir de 26 de abril a segunda fase de capturas, mas em um número reduzido.

No caso da campanha na Antártica, a CIJ deu razão recentemente à Austrália, que apresentou o caso ao principal tribunal judicial das Nações Unidas, alegando que o Japão destinava a fins comerciais a caça científica das baleias.

Após a decisão da CIJ, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que estava "muito decepcionado", mas que acataria a sentença.

Primeira Edição © 2011