Polícia não descarta prorrogação da prisão de mãe e padrasto de Joaquim

01/12/2013 07:55

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G1

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O delegado Paulo Henrique Martins de Castro que chefia as investigações sobre a morte do menino Joaquim Ponte Marques diz que não descarta pedir a prorrogação da prisão temporária do casal Natália Ponte e Guilherme Longo, mãe e padrasto do garoto.

Ambos estão presos há 20 dias, desde que o corpo de Joaquim foi encontrado no Rio Pardo em Barretos (SP). O casal deve continuar detido, pelo menos, até o dia 10 de dezembro, quando vence o prazo da prisão temporária expedida pela Justiça por 30 dias. O promotor de Justiça que acompanha o caso irá sugerir novas diligências à polícia para a próxima semana.

A Polícia Civil espera concluir o inquérito nesta semana, porém, Castro ainda aguarda o resultado dos exames toxicológicos do corpo da criança, além de bilhetagens telefônicas com a relação das ligações do casal e de parentes próximos, que podem revelear novas pistas sobre crime. “Eu espero encerrar o inquérito antes do vencimento do período da prisão temporária do casal, porém, os laudos ainda não chegaram, porque dependem da liberação da perícia”, disse.

Caso julgue necessário, o delegado disse que fará o pedido de prorrogação da prisão temporária de Natália e Longo para prolongar as investigações, já que a polícia espera esgotar todas as possibilidades acerca da morte da criança. “Se for o caso, teremos que pedir a prorrogação da temporária, além de mais prazo no inquérito”, afirmou.

O delegado informou que irá ouvir Natália e Longo novamente na próxima terça-feira (3). O casal deixou a prisão por duas vezes na última semana para depor informalmente na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto. Segundo Castro, foi feita uma avaliação para traçar o perfil psicológico da mãe e do padrasto. “Contamos com o auxílio de uma psicóloga para nos orientar quanto ao direcionamento das perguntas que faremos ao casal”.

Novas diligências

O promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino que acompanha as investigações disse que irá sugerir à polícia uma nova diligência que considera relevante para o caso. Nicolino não descarta nenhuma linha de investigação com relação ao sumiço de Joaquim, inclusive acredita na possibilidade do garoto ter sido jogado diretamente no Rio Pardo.

O promotor quer averiguar imagens de câmeras de segurança do trajeto da casa onde Joaquim morava com a família, no Jardim Independência, em Ribeirão Preto, até o Rio Pardo, para tentar obter novas pistas sobre o desaparecimento e a morte do menino.

“Vou propor que a polícia faça o percurso da casa de Natália e Guilherme até o Rio Pardo. Ou seja, qual o caminho que uma pessoa faria normalmente estando na residência do casal até a ponte do Rio Pardo, para saber se nesse trajeto encontramos câmeras de segurança que tenham flagrado algum automóvel ou moto de propriedade do casal, de familiares ou de amigos próximos transitando naquela direção, por ruas e avenidas na madrugada do sumiço” disse.

Investigação

O inquérito sobre a morte do menino Joaquim já tem mais de 400 páginas divididas em três volumes. Entre os documentos aguardados para esta semana está o resultado dos testes toxicológicos realizados com os órgãos e o sangue da criança. O exame foi solicitado porque o laudo inicial apontou que as únicas lesões encontradas na pele foram em decorrência dos dias em que o corpo foi arrastado pelo rio. Além disso, não foi encontrada água nos pulmões de Joaquim, o que indica que não houve morte por afogamento.

Os dois bombeiros que realizaram as primeiras buscas pelo corpo do menino Joaquim, na manhã de 5 de novembro, estiveram na DIG na sexta-feira (29). Segundo o delegado, os agentes forneceram detalhes sobre a vazão do córrego Tanquinho, próximo a casa da família, onde a polícia suspeita que o corpo do garoto tenha sido jogado.

Na quinta-feira (28), dois policiais militares que foram os primeiros a chegar à casa da família no dia do desaparecimento também foram ouvidos pelo delegado. Eles afirmaram que o casal apresentou contradições e se mostrou nervoso com a presença da polícia na casa da família.
O advogado de Longo, Antônio Carlos de Oliveira entrou com pedido de habeas corpus para seu cliente, na 1ª Câmara Criminial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que indeferiu o pedido na última sexta-feira (29). A defesa informou que irá recorrer da decisão, por meio da solicitação do Agravo Regimental, que pode ser julgado em até 30 dias.

Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desapareceu de dentro de casa, em Ribeirão Preto (SP), na madrugada de 5 de novembro. O corpo foi encontrado cinco dias depois, boiando no Rio Pardo. Ele foi enterrado na segunda-feira (11), em São Joaquim da Barra (SP), cidade natal da mãe.

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