Os novos “retirantes” do Nordeste

26/10/2013 08:46

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Redação

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Temos assistido inertes à demandada de nossos filhos, sobrinhos e netos rumo às outras regiões do país em busca de emprego e qualificação.


Ao contrário daqueles que fugiam da seca em busca de trabalho não qualificado, estes de hoje são, em grande parte, jovens que estudam muito para concorrer com candidatos de grandes centros do país e que, de forma brilhante, têm conseguido êxito: o número de jovens nordestinos que são aprovados, por exemplo, em concursos públicos ou estão ocupando cargos de relevância em empresas privadas do centro sul é muito expressivo. Portanto, estamos perdendo capital intelectual. Isso não é bom.


Os magos da Administração estão afirmando que depois da revolução industrial, depois da revolução da informática, da telecomunicação e tantas outras que aconteceram, esta é a vez da revolução do conhecimento. Afirmam, categoricamente, que quem não possuir capital intelectual condizente com o nível de exigência mundial estará fadado a desaparecer do planeta ou a continuar no subdesenvolvimento.


Reflitam então comigo: ao se verificar a permanência do “status quo” que hoje verificamos no Nordeste; ao se constatar esta demandada de jovens potenciais, estamos ou não estamos a passos largos para transformar nossa região numa espécie de submundo? O que se esperar de uma região que possui o maior índice de analfabetismo do país, onde os poucos alfabetizados estão batendo em retirada por falta de oportunidades?


Temos que trabalhar urgentemente na retenção de talentos na nossa região e, para tanto, temos que criar oportunidades de emprego e de trabalho (empreendedorismo) capazes de reter estes jovens talentos a serviço do desenvolvimento da nossa região.


Uma das saídas que defendo é implantar o MERCODESTE* – Mercado Comum do Nordeste. Realizar a união política e administrativa da região Nordeste em torno de um projeto de desenvolvimento de expressão regional, que transforme as desvantagens aparentes em vantagens reais, não só para a própria região, mas para o Brasil. É o que precisamos fazer urgentemente e disso não podemos abrir mão.


Uma região mais desenvolvida ocasionará dois grandes movimentos: reter os nossos talentos e trazer de volta aqueles que se foram.

JOSÉ QUEIROZ DE OLIVEIRA

COORDENADOR MOVIMENTO PELO NORDESTE

queirozoliveiraal@yahoo.com.br

 

*http://primeiraedicao.com.br/blog/movimento-pelo-nordeste
 

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