O Teatro de Arena Sérgio Cardoso comemora seus 41 anos de fundação presenteando o público alagoano com duas grandes atrações: a montagem curitibana “Árvores Abatidas ou Para Luís Melo”, com a atriz Rosana Stavis e entrada franca, e a nova iluminação, adquirida por meio de uma parceria com a Funarte e o Governo do Estado de Alagoas. A peça será apresentada no próximo sábado (13), às 20h.

Inaugurado em 14 de julho de 1972, com a peça "O Homem de Flor na Boca", de Luiggi Pirandello, o Teatro de Arena recebeu em seu primeiro espetáculo o ator Sérgio Cardoso, que acabou falecendo um mês após a apresentação. Como forma de homenagem, artistas alagoanos batizaram o teatro com o nome do ator.

Em sua rica e atuante trajetória, o Teatro de Arena Sérgio Cardoso contou com momentos marcantes, como as montagens da Associação Teatral das Alagoas (ATA), capitaneada pela dama do teatro alagoano, Linda Mascarenhas. Atualmente, é palco de uma das mais importantes iniciativas culturais do Estado, o projeto “Quinta no Arena”, destacando produções alagoanas de artes cênicas e música, além de oferecer ao público um espaço permanente e livre para o desenvolvimento de produções artísticas e culturais.

“O Teatro de Arena, palco de estudantes e artistas no período da ditadura militar, manteve essa alma contestadora, o que só engrandece sua história”, relembra Juarez Gomes de Barros, diretor-presidente da DITEAL – Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas. “Hoje, aos 41 anos, é escola, patrimônio e orgulho para os alagoanos, presenteados com uma série de melhorias no teatro, como iluminação, revisão da rede elétrica e manutenção cuidadosa de todo o local”, acrescenta.

Para o diretor artístico da Diteal, Alexandre Holanda, o teatro de 180 lugares ocupa um pedaço especial na vida do alagoano: “Esse carinho que o Teatro de Arena desperta é fruto de sua história, que resgata e valoriza produções locais e nacionais”, afirma.

Espetáculo

Com mais de 100 apresentações em território nacional, a montagem curitibana “Árvores Abatidas ou Para Luís Melo” é narrada por uma mulher e interpretada pela atriz Rosana Stavis. Convidada de um jantar que homenageia um famoso ator, que nunca chega, logo ela percebe que está cercada de talentos medíocres.

Enquanto espera, a personagem reflete sobre a vida, embalada pela lembrança de uma grande amiga que acaba de falecer. Seus devaneios então passeiam pelo filosófico, lírico e pelo macabro, em uma narrativa profunda, mas com momentos hilariantes.

De autoria de por Marcos Damaceno, que também dirige a peça, o texto inspira-se na obra de Thomas Bernhard. A envolvente atmosfera criada pelo enredo conta ainda com o violino do músico Adriano Vargas.