Psicologia explica atos de vandalismo durante manifestações

01/07/2013 08:12

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g6comunicacao.com

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Nas últimas semanas, o brasileiro tem assistido a atos de vandalismo e violência de pequenos grupos dentro das manifestações populares que vêm ocupando as ruas das principais cidades do País.

De acordo com Amélia Kassis, psicóloga e diretora da Companhia Zen (www.ciazen.com.br), este cenário com muitas pessoas insatisfeitas reunidas num mesmo local é uma ótima oportunidade para ocorrer a chamada “histeria coletiva”, na qual algumas pessoas passam a agir instintivamente, seguindo um líder.

“Estas pessoas abrem mão do recurso de pensar, deixando esta incumbência com o ‘chefe’ do grupo, e passam apenas a repetir seus atos. É daí que surge boa parte do vandalismo e da violência que temos observado nos últimos dias. Como animais, eles reagem ao ‘chefe’ da manada e viram mais um dentro do bando”, explica Amélia.

De acordo com a diretora da Companhia Zen, uma consultoria de qualidade de vida que promove saúde e bem-estar por meio de técnicas orientais e ocidentais, a histeria coletiva é um distúrbio psicológico em que um pequeno grupo passa a ter um comportamento estranho.

“As pessoas deste grupo passam, então, a demonstrarem uma grande ansiedade e podem perder o controle sobre seus atos e emoções. Em alguns casos, estas pessoas chegam até a apresentar sintomas como náusea, tontura, fraqueza, desmaio e falta de ar.

Depois de ver tudo o que aconteceu nestas últimas semanas, está claro que muitos brasileiros estão precisando de terapia”, explica Amélia Kassis. De acordo com ela, dentro da psicologia sistêmica, o que acontece no grupo influencia diretamente todas as pessoas que estão nele.

“Tal como na física, quando um elemento entra em combustão, os demais, que estão muito perto, tendem a pegar fogo também. Assim, uma pessoa com comportamento violento pode influenciar diretamente seus pares”, diz a psicóloga “É assim que uma pessoa passiva, sem histórico de violência, pode viver a sua ‘sombra’”, acrescenta.

De acordo com Carl Jung, fundador da psicologia analítica, a ‘sombra’ é a coisa que uma pessoa não quer ser. Segundo sua teoria, todos nós carregamos uma sombra e quanto mais inconsciente ela está, mais negra e densa ela é.

“Ao contrário, se uma inferioridade é consciente, nós sempre podemos corrigi-la”, afirma Amélia. A solução, explica ela, seria nos tornarmos pessoas mais conscientes de nossas emoções. “Só assim poderemos ter o equilíbrio e o autocontrole em um mundo tão estressante”, conclui.
 

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