Réus do caso PC Farias são absolvidos por maioria de votos

Júri considerou que eles são inocentes, mas descartou a tese que Suzana cometeu o crime e se matou em seguida, ou seja, para eles, houve um duplo homicídio.

10/05/2013 18:27

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Marigleide Moura

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Um dos mais emblemáticos casos de investigação criminal do Brasil encerrou na noite desta sexta-feira, 10 de maio, após cinco exaustivos dias de julgamento no Fórum do Barro Duro, em Maceió. O caso PC Farias chegou ao fim com a absolvição dos acusados. No entanto, os jurados reconheceram que a tese de homicídio seguido de suicídio foi descartada. Para eles, houve um duplo homicídio.

Os policiais Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva, eram acusados pelo Ministério Público de Alagoas de duplo homicídio triplamente qualificado por não terem impedido as mortes do empresário Paulo César Farias e sua namorada, Suzana Marcolino, em junho de 1996, em uma casa de veraneio em Guaxuma.

Já sobre o irmão de PC Farias, o ex-deputado federal Augusto Farias,  o juiz Maurício Breda pediu para que seja oferecida denúncia contra ele pela acusação de corrupção ativa contra dois delegados do caso Em seu depoimento ele afirmou que os delegados Alcides Andrade e Antônio Carlos Lessa o chantagearam para entregar os quatro seguranças.

Anos atrás Augusto Farias chegou a ser indiciado no processo como suspeito das duas mortes, mas sua participação no crime acabou sendo descartada por falta de provas. 

Paulo César Farias foi tesoureiro da campanha à presidência de Fernando Collor de Melo, em 1989, e peça chave de um escândalo que abalou a República. Ele era apontando como a peça-chave de um esquema de tráfico de influência e extorsão, supostamente comandada de dentro do Palácio do Planalto. O polêmico caso levaria ao impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992.

No entanto, à época a morte do empresário poderia interessar a diversas pessoas que teriam supostamente participado do que foi denominado esquema PC

Porém, quatro dias antes de seu depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Empreiteiras o grande empresário morreu misteriosamente

O depoimento do ex-tesoureiro era aguardado com expectativa e sua morte fez surgir uma série de especulações sobre uma possível queima de arquivo. Apesar disso, as investigações iniciais apontaram para a hipótese de crime passional. Sua namorada, Suzana Marcolino, teria matado PC Farias e se suicidado em seguida.

Contudo, cerca de dois anos depois a versão oficial foi mudada para duplo assassinato, resultando na denúncia dos militares que faziam a segurança de Paulo César Farias.
A mudança foi provocada pelo professor de medicina legal e então coronel da Polícia Militar de Alagoas, George Sanguinetti. Ele foi quem primeiro questionou a versão de crime passional.

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