EUA e China selam pacto para acabar com poder nuclear norte-coreano

13/04/2013 08:51

A- A+

Uol

compartilhar:

Os Estados Unidos e a China concordam que a península coreana deve ser desnuclearizada, disseram neste sábado (13) diplomatas de ambos os países. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o principal diplomata da China, o conselheiro de Estado Yang Jiechi, fizeram os comentários após reuniões entre os dois países em Pequim.

Depois de uma escala em Seul, onde reafirmou o apoio de Washington à Coreia do Seul, Kerry chegou hoje à capital chinesa para tentar convencer as autoridades locais a erguer o tom contra a Coreia do Norte e defender uma aproximação entre Seul e Pyongyang.

Ao ser recebido pelo presidente chinês Xi Jinping, no Grande Salão do Povo de Pequim, o secretário de Estado americano afirmou que a situação na Península Coreana atravessa atualmente "um momento crítico".

"Senhor presidente, trata-se claramente de um momento crítico com algumas questões que constituem grandes desafios", afirmou Kerry. "Questões relativas à península coreana, ao desafio do Irã e das armas nucleares, Síria e Oriente Médio, e as economias no mundo que precisam ser reativadas", acrescentou.

A China é o único aliado importante da Coreia do Norte e seu fornecedor-chave de ajuda e comércio. As autoridades chinesas são as únicas que têm influência sobre o governo de Kim Jong-Un, que ameaçou em várias oportunidades com uma guerra nuclear.

No entanto, Xi não se referiu à península coreana em suas primeiras declarações durante a reunião, limitando-se a dizer que a relação entre os Estados Unidos e a China "se encontram numa nova etapa histórica e teve um bom começo".

Na véspera, Kerry expressou o pleno apoio dos Estados Unidos ao seu aliado sul-coreano e classificou de inaceitável a retórica belicista da Coreia do Norte.

"Se Kim Jong-un [líder norte-coreano] decidir lançar um míssil, seja sobre o mar do Japão ou em qualquer outra direção, estará escolhendo obstinadamente ignorar toda a comunidade internacional", disse Kerry aos jornalistas em Seul. "Seria um grande erro de sua parte, já que isolaria ainda mais o país", disse Kerry.

"Os líderes norte-coreanos devem se preparar para viver segundo as obrigações e os critérios internacionais que eles aceitaram", declarou John Kerry. "A China tem um enorme potencial para fazer a diferença sobre este tema", acrescentou.

Estados Unidos e Coreia do Sul, assim como o Japão, foram diretamente ameaçados na véspera por Pyongyang com um ataque nuclear, e tentam dissuadir o Norte a realizar um teste com um ou vários mísseis de curto e médio alcance, que atiçariam ainda mais a tensão na península coreana.

Em um ano, Pyongyang disparou dois mísseis (um deles, em dezembro, foi bem sucedido), considerados pelas potências ocidentais como testes de mísseis balísticos encobertos, e procedeu a um teste nuclear (em 12 de fevereiro), o que lhe valeu novas sanções da ONU, motivo das novas ameaças norte-coreanas.

gnorando as advertência de seu vizinho e aliado chinês, o Norte posicionou em seu litoral oriental dois mísseis Musudan, com um alcance teórico de 4.000 km, o que supõe um ataque a objetivos em território japonês, sul-coreano e inclusive na ilha de Guam, no Pacífico, onde os Estados Unidos têm bases navais e aéreas.

O possível disparo de um míssil poderá acontecer em torno do dia 15 de abril, dia do aniversário do nascimento do fundador da dinastia comunista, Kim Il-Sung, segundo os especialistas.

Para apaziguar a situação, os Estados Unidos cancelaram na semana passada o disparo teste de um míssil balístico intercontinental da Califórnia (oeste), o Minuteman 3. Com o mesmo espírito, Kerry desistiu de visitar na Coreia do Sul a localidade fronteiriça de Panmunjom, onde foi assinado o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia (1950-1953).

Depois da China, Kerry viajará ao Japão, ameaçado na véspera pelo regime norte-coreano com "chamas nucleares" depois que Tóquio ordenou o posicionamento de baterias antimísseis e determinou a derrubada de qualquer míssil norte-coreano que ameaçar o território japonês.

 

Primeira Edição © 2011