"A falta de água será responsável por guerras", prevê deputado

Inácio Loiola anunciou que deu entrada a um Projeto de Lei que institui um programa de conservação da água em prédios públicos

21/03/2013 13:26

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Thayanne Magalhães

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Atualizado às 16h46

“A falta de água será a grande responsável por grandes conflitos e guerras nesse século”. Essa foi a opinião do deputado estadual Inácio Loiola (PSDB), durante a sessão ordinária da tarde desta quinta-feira (21), na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). O parlamentar aproveitou que o Dia Mundial da Água é comemorado nesta sexta-feira (22), para falar sobre o tema, principalmente no âmbito alagoano.

“Sempre fiz um alerta sobre o problema que vamos enfrentar nesse século. Pesquisadores de diversas partes do planeta dizem que os maiores rios do mundo estão perdendo volume, entre eles o Rio São Francisco, que perdeu 35% do seu volume nos últimos anos”, afirma.

Segundo Loiola, o Brasil é contemplado no que diz respeito a água doce, mas a falta de investimentos com intuito de minimizar o problema da seca no sertão do Nordeste é um agravante. “12% da água doce do planeta está em território brasileiro, porém, 70% desta está na região Norte. O Nordeste é a região mais carente, principalmente nessa fase que estamos atravessando, com a mais devastadora seca dos últimos 60 anos e que pode se perdurar por mais 5 ou 6 anos. É preciso planejamento”, opinou o deputado, afirmando ainda que no século passado foram investidos 120 bilhões de dólares com o objetivo de minimizar o problema da seca. “Dinheiro jogado fora, sem que tenha sido realizado um trabalho de infraestrutura, de convivência do sertanejo com a seca”.

O deputado lamentou o “sucateamento” do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF). “Quanto à CHESF [Companhia Hidroelétrica do São Francisco], depois que explorou toda a região do São Francisco, abandonou a região franciscana. Jamais poderíamos desenvolver a região sem uma industria como a CHESF, mas ela também é a grande predadora e tem uma dívida social muito grande com a região do São Francisco”.

Inácio Loiola aproveitou o pronunciamento para anunciar que deu entrada a um Projeto de Lei (PL) que institui um programa de conservação e uso de água em prédios públicos e privados.

Em parte, Gilvan Barros (PSDB), concordou com o pronunciamento do colega e afirmou que são gastos bilhões com obras paliativas, que não servem ao povo permanentemente, permitindo a convivência do ser humano com a seca. “A seca não se acaba. Temos que ser inteligentes para conviver com ela, e só com obras conseguiremos conviver. Não é fácil ver os órgãos como Sudene e DNOCS parados, sucateados, órgãos que já foram importantes no passado. É preciso viabilizar obras para o Nordeste. Os governos federal, estadual e municipais precisam estar atentos a esta realidade e que realizem ações urgentemente para que possamos conviver com a seca”.

Loiola completou afirmando que Alagoas é um estado extremamente privilegiado no que diz respeito a água. “Temos água suficiente, o problema é a distribuição dessa água. No sertão temos o São Francisco, vários rios na zona da mata, no litoral, e outro potencial que não sabemos aproveitar é a água da chuva. Em Israel 80% da água da chuva é armazenada, enquanto o Brasil só consegue armazenar 4%”.

 


 

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