Caso Adriano: Jogador irá pagar R$ 110 mil depois que jovem levou tiro dentro de seu carro

11/12/2012 13:42

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Extra

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O jogador de futebol Adriano aceitou fazer acordo, na tarde desta terça-feira, e pagar as despesas hospitalares de Adriene Cyrillo Pinto - que foi ferida por um tiro na mão dentro de seu carro, em dezembro do ano passado. De acordo com o advogado do atleta, Ari Bergher, o acordo "foi fechado por questões humanitárias".

A declaração foi dada em audiência que durou pouco mais de meia hora, no Fórum da Barra da Tijuca, no Rio. Durante todo o tempo, Adriano e Adriene ficaram frente a frente, mas não trocaram olhares nem palavras. Os dois saíram separados e não falaram com a imprensa.
Adriano já havia se recusado a fazer um acordo há um mês. Segundo o juiz Joaquim Domingos de Almeida Neto, do IX Juizado Especial Criminal da Barra da Tijuca, Adriano recebeu orientação dos advogados.

- Ele mantém a tese que não tem culpa no evento, mas provavelmente foi orientado pelos seus advogados a fechar o acordo - disse.

A jovem foi ferida quando saía de uma boate no carro do atleta. A decisão ocorreu durante uma audiência de instrução e julgamento, no 9º Juizado Especial Criminal da Barra da Tijuca. O jogador tem até 48 horas para pagar R$ 60 mil que Adriene, por danos morais e físicos, e R$ 50 mil ao Hospital Barra D'Or, para onde foi levada depois do incidente. O valor da dívida com a unidade já ultrapassava R$ 110 mil, mas os advogados do hospital aceitaram diminuí-lo.

Adriano foi denunciado, em novembro, pelo Ministério Público, por lesão corporal culposa (quando não há intenção). Além do jogador, o policial militar aposentado Julio Cesar Barros, amigo do jogador, que dirigia o carro e era dono da arma, foi denunciado pelo mesmo crime. Para o Ministério Público, Adriano e Julio Cesar deveriam ter evitado que algo acontecesse com Adriene e as outras três jovens que estavam dentro do veículo, mas se omitiram. O jogador sabia que havia uma arma em seu carro, e chegou a manuseá-la; já o policial aposentado era dono da arma. No episódio, para o MP, houve negligência e imprudência.

Na primeira audiência de instrução e julgamento do caso, no dia 6 de novembro, Adriano e Julio Cesar participaram de uma reunião de conciliação, no mesmo fórum, na qual tiveram a oportunidade de dar fim ao caso, através de um acordo cível, ou aceitando a transação penal, ou seja, pena antecipada. Ambos não quiseram, e agora terão que enfrentar um processo na Justiça.

Relembre o caso
Adriene Cyrilo Pinto foi baleada na mão, na madrugada de dezembro de 2011, quando saía da boate Barra Musica, na BMW branca de Adriano. Na época, ela chegou a acusar o jogador, mas voltou atrás e disse ser a responsável pelo disparo. Em setembro deste ano, a vítima procurou o MP para modificar as declarações dadas na delegacia. Nas novas declarações, ela afirmou que a arma não estava em suas mãos no momento do disparo, e que foi pressionada, na delegacia, a dizer que estava.


 

Primeira Edição © 2011