Testes vão focar prevenção para homossexual

Campanha nacional de testagem de Aids foi oficialmente aberta pelo ministro da Saúde, no Anhangabaú

23/11/2012 05:50

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Rede Bom Dia

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A campanha nacional de testagem de Aids começou oficialmente nesta quinta-feira no estado de São Paulo com a visita do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a um posto de testes rápidos de Aids, hepatites virais e sífilis na Galeria Prestes Maia, no Vale do Anhangabaú, no Centro da capital. A ação vai até 1 de dezembro.

Um dos principais alvos da ação é o público homossexual, porque, segundo Padilha, quase 50% dos infectados no país fazem parte desse grupo.

Uma pesquisa feita pela Santa Casa de São Paulo em parceria com a CRT DST/Aids, entre novembro de 2011 e janeiro deste ano, revelou que quanto maior a faixa etária maior o número de infectados.

Segundo o levantamento, que foi feito com 776 gays ou bissexuais no Centro da capital, a faixa de idade de 18 a 19 anos tinha um índice de 5% de soropositivos. Entre os de 20 a 24 anos o percentual aumenta para 6,7% e entre 25 e 39 anos, 16,6%. Do grupo que tem acima de 40 anos, a incidência de soropositivos é de 28%.

PROTESTO/ Durante a visita do ministro ao posto de testagem, ativistas do Fórum de ONGs de Aids de São Paulo aproveitaram para protestar contra a falta de participação da sociedade civil no debate da prevenção do HIV no país. “A prevenção é boa, mas, ao contrário do que foi feito nos anos anteriores, nenhuma das ONGs foi chamada para discutir as maneiras de prevenção da doença em 2012”, desabafa Jorge Beloqui, de 62 anos.

De acordo com a pasta da Saúde, para todo o estado de São Paulo foram enviados 150 mil testes, sendo 30 mil testes rápidos de diagnóstico de HIV. Dos 645 municípios paulistas, 526 aderiram à campanha.

Entrevista
Alexandre Padilha_ ministro da Saúde

‘Nova geração não enfrentou luta contra a Aids’

DIÁRIO_ O estado de São Paulo é o oitavo na incidência de casos de Aids por 100 mil habitantes, com média de 20,6. Quais medidas o ministério tem tomado para redução desse índice?
ALEXANDRE PADILHA_ O estado de São Paulo tem uma população muito grande. A história da epidemia da Aids está há muito tempo aqui. O grande esforço do ministério é para a gente ter um diagnóstico cada vez mais precoce.

Por que a preocupação maior com os homossexuais?
Temos uma nova geração que não enfrentou a luta contra a Aids, não teve ídolos que enfrentaram essa luta ou pessoas conhecidas que morreram da doença. Metade dos novos casos de Aids no Brasil é de jovens homens que fazem sexo com homens. Essa parte da população tem a informação da camisinha, de como se prevenir, mas menos da metade pratica prevenção.

Quais as vantagens do teste rápido?
É bom para a pessoa porque ela começa a se tratar mais rapidamente e pode ter melhor qualidade de vida. É bom para o enfrentamento da epidemia. 

Primeira Edição © 2011