As obras de restauração do prédio onde funcionava a antiga Escola Técnica do Comércio, situada na Rua do Sol, no Centro de Maceió, já começaram. O espaço, denominado Sociedade Perseverança e Auxílio dos Empregados no Comércio de Maceió, será incorporado ao Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), por meio de um projeto de ampliação que prevê a reestruturação dos setores e o melhor aproveitamento do local para exposições.

A revitalização, realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com o Governo do Estado, possibilitará a expansão da exposição da Coleção Perseverança, considerada um dos principais acervos etnográficos da religiosidade afro-brasileira.

O prédio que, além da biblioteca e hemeroteca, abriga os mais de 200 itens que compõem a Coleção, resgatados no episódio conhecido como Quebra de Xangô – onde forças militares destruíram violentamente os terreiros de candomblé existentes no estado em 1912 –, será inteiramente reservado para as imagens, adornos, esculturas e outros objetos representativos do fato histórico.

Segundo o arquiteto e técnico do Iphan, Sandro Gama, a biblioteca e a hemeroteca serão transferidas para o novo espaço, que também comportará outras estruturas.

“O objetivo é que o atual prédio funcione somente como museu, com a principal exposição destinada à Coleção Perseverança, que deverá se estender por toda a parte superior do atual o Instituto Histórico. Já o anexo, comportará serviços de atendimento ao público, além da parte administrativa do órgão”.

Ainda de acordo com o técnico, com a reestruturação, os visitantes vão contemplar os objetos de forma multissensorial, com acesso a imagens, sons e outras sensações. “A exposição será montada em alusão aos terreiros, com simulação do ambiente”, destacou Sandro.

Com orçamento em torno de R$ 850 mil, a nova estrutura do IHGAL inclui a restauração da antiga Escola Técnica do Comércio e a interligação entre os dois edifícios vizinhos por meio de uma passarela.

“Estamos tentando preservar a construção original do prédio. A intenção é resgatar a pintura inicial, que é a alma histórica do edifício, além de restaurar o assoalho, a coberta e o forro”, explicou Sandro.

 “A reestruturação do órgão é um projeto louvável, o qual não aconteceria sem o trabalho do Iphan e do Governo do Estado. O edifício que será incorporado ao Instituto é um dos mais antigos da cidade, com data de inauguração datada em 1916, e já foi centro de manifestações culturais e academia de ciências. É, por natureza, um patrimônio histórico do estado”, afirmou o presidente do Instituto Histórico e Geográfico (IHGAL), Jayme de Altavila.