Boatos sobre toque de recolher em São Paulo 'apavoram' pais e levam escola a suspender aulas

09/11/2012 15:36

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Mesmo sem a confirmação oficial de um suposto toque de recolher na cidade de São Paulo, o Núcleo de Aprendizagem Profissional, localizada em Santo Amaro, zona sul da capital, decidiu dispensar todos os seus alunos, além dos funcionários que moram na região. Foi o que informou Eliane Valério de Souza, assistente administrativa da escola.

"A decisão foi tomada pela superintendência do núcleo, que mediante a onda de violência nos bairros da zona sul da cidade optou por assegurar a segurança de seus alunos e profissionais", disse ela, que caracterizou a medida como preventiva. O núcleo tem cerca de 100 alunos por dia.

A Secretaria do Estado de Segurança de São Paulo, no entanto, alertou que não há o registro de toque de recolher em nenhum município do Estado, nem mesmo na capital paulista.

Ainda assim os boatos amedrontam pais e alunos. No CEU (Centro Educacional Unificado) Vila Rubi, também na zona sul da capital, muitos pais foram buscar seus filhos mais cedo, como informou Claudio José Alves Ferreira, gestor do local. "Há muitos pais apavorados com o que têm visto na TV e, principalmente, com os boatos do suposto toque de recolher", afirmou. Segundo ele, a ronda escolar no local foi reforçada pela crescente onda de violência na região.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Miguel Vieira Ferreira, na Cidade Dutra, não suspendeu as aulas e informou que os alunos só serão liberados mediante a autorização dos pais. As aulas também serão normais na Escola Professora Beatriz Lopes, na mesma região. Segundo a atendente, apenas um aluno saiu mais cedo devido ao medo.

Os boatos também motivaram uma operadora de turismo na rua Sete de Abril, na República, região central da capital, a dispensarem seus funcionários cerca de 30 minutos antes. Um deles, que preferiu não divulgar o nome, disse ter sido informado da liberação por causa do toque de recolher na cidade. Mas, quando ele questionou sobre a procedência da informação, o gestor não soube responder. "Se ele não sabe de quem veio a informação, está claro que não passa de boatos. Até porque os bares da rua continuam todos abertos e com a movimentação normal", relatou ele. 

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