A explosão da cultura negra, nos países atlânticos pós-internet, é destaque na primeira edição da revista África

Goli Guerreiro, doutora em antropologia pela USP, apresenta um estudo minucioso sobre como a cultura negra se fortaleceu na era digital

07/11/2012 14:31

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Assessoria

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A revista África, que chega ás bancas de todo país neste mês de novembro, traz uma matéria especial sobre as trocas culturais negras na era digital. A explosão da cultura afro nos países atlânticos, é ricamente explorada pela doutora em antropologia pela USP, Goli Guerreiro em sua matéria Terceira diáspora.

Autora de dois livros sobre estéticas negras contemporâneas, Terceira diáspora, culturas negras no mundo atlântico e Terceira diáspora, o porto da Bahia, pela Editora Corrupiu a autora apresenta sua ideia original da terceira diáspora: “Um deslocamento de signos – ícones, modos, músicas, filmes, livros - provocado pelo circuito de comunicação da diáspora negra”. Segundo Goli Guerreiro, este circuito, no século 21, “foi potencializado pela globalização eletrônica e pela web que colocam em conexão digital os repertórios culturais de cidades atlânticas”.

A pesquisadora afirma que a terceira diáspora é o momento atual das culturas negras deslocadas, processo iniciado com “a primeira diáspora que, na história moderna, ocorreu pela via da escravidão e do tráfico atlântico. Uma segunda pela via das migrações como a de jamaicanos e nigerianos para Londres; de cubanos para Nova York; de angolanos para Lisboa e Brasil”. Em seus livros ela aponta como esses deslocamentos redesenharam a ambiência cultural do mundo atlântico contemporâneo.

A revista África ainda traz nesta primeira edição um ensaio fotográfico realizado pelo fotógrafo Rogério Ferrari com pessoas que resistem e existem em busca de reconhecimento enquanto povo, como os zapatistas, no México; o MST e os ciganos, no Brasil; os curdos, no Curdistão etc. Beleza Pura é outro destaque: uma matéria fotojornalística sobre a La Sape, La Societe des Ambianceurs et Personnes, homens que cultuam a elegância e os bons modos, em Brazzaville, no Congo. 

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