Alemanha cria memorial em homenagem a ciganos vítimas do Holocausto

24/10/2012 06:20

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BBC Brasil

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A chanceler alemã, Angela Merkel, inaugurou um memorial em Berlim para os ciganos vítimas do Holocausto nazista.

O memorial - um lago circular com um pequeno pedestal no meio - foi instalado no parque Tiergarten, perto do Reichstag, o parlamento alemão.

A inauguração ocorrre após anos de atrasos e disputas sobre o projeto do memorial e de seu custo.

Especialistas dizem que entre 220 mil e 500 mil ciganos foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial.

'É muito importante que tenhamos uma cultura de lembrança', disse Merkel, em uma entrevista em seu canal no YouTube.

'Cada geração tem que confrontar a sua própria história novamente. E para isso temos que ter locais adequados que as pessoas possam visitar, quando as testemunhas da época não estarão mais vivas.'

Merkel reconheceu que a construção do memorial levou muito tempo e implicou 'muitas discussões', mas lembrou que o memorial aos judeus da Europa assassinados também tinha levado mais de 15 anos para ser concluído.

O presidente alemão, Joachim Gauck, e cerca de 100 sobreviventes idosos também compareceram à cerimônia de inauguração, nesta quarta-feira.

'Mensagem importante'

O memorial foi projetado pelo artista israelense Dani Karavan. Uma flor fresca vai ser colocada no pedestal no centro do memorial a cada dia.

A cronologia da campanha de extermínio nazista fica ao lado do memorial.

Em 1982, a Alemanha reconheceu oficialmente o genocídio dos Roma e Sinti - povos que vivem principalmente em regiões de língua alemã na Europa Central.

O líder do Conselho Central dos Sinti e Roma na Alemanha, Romani Rose, também compareceu à cerimônia.

Ele disse à agência France-Presse: 'A abertura do memorial envia uma mensagem importante para a sociedade, de que o sentimento anticigano é tão inaceitável como o antissemitismo'.

Nos últimos anos, a Alemanha vem lembrando a perseguição dos ciganos durante a Segunda Guerra Mundial.

No entanto, as organizações ciganas e grupos de direitos humanos dizem que eles ainda são discriminadas em muitos países europeus.

Primeira Edição © 2011