Após trégua em jantar, Obama e Romney voltam a se atacar

20/10/2012 06:51

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Terra

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O presidente dos Estados Unidos e aspirante democrata à reeleição, Barack Obama, atacou nesta sexta-feira a suposta amnésia do seu rival republicano, Mitt Romney, que respondeu criticando as "ideias minguantes" do atual líder. Após uma noite de bom humor e elogios mútuos no jantar beneficente Alfred Smith, realizado em Nova York na quinta-feira, Obama e Romney voltaram ao ataque a 18 dias do pleito de 6 de novembro e a apenas três do último debate, que acontecerá em Boca Raton (Flórida).

O primeiro a disparar foi Obama, que celebrou um comício centrado nos direitos das mulheres na Universidade George Mason, em Fairfax (Virgínia). "Sei como se chama o que acontece com Romney: 'romnesia'. Não consegue lembrar as políticas do seu site, nem as que colocou em prática durante seus anos como governador", ironizou Obama ao cunhar o termo.

Obama se referia, entre outros temas, à reforma da Saúde aplicada em Massachusetts quando Romney era governador, muito similar à promovida por ele e que, no entanto, seu rival prometeu invalidar. O presidente americano, que busca aumentar sua popularidade entre o eleitorado feminino, assegurou que seu rival quer devolver as mulheres "à década de 1950".

"Nenhum homem deveria permitir que suas filhas ou sua mulher recebessem menos do que um homem pelo mesmo trabalho", ressaltou. A acirrada competição entre Obama e Romney se reflete especialmente na Virgínia, um estado-chave onde as pesquisas mostram uma população ainda muito dividida entre os dois.

Obama, no entanto, recebeu boas notícias nesta sexta-feira com relação a outros dois estados importantes, Iowa e Wisconsin, onde uma enquete do "Wall Street Journal" e da cadeia "NBC" lhe dá 51% das intenções de voto em ambos os territórios, contra 43% e 45% de Romney, respectivamente.

A resposta do candidato republicano à invenção do termo "romnesia" foi dada durante um comício noturno em Daytona Beach (Flórida), um estado no qual as pesquisas lhe concedem uma ligeira vantagem sobre o líder. "Os senhores observaram ultimamente a campanha de Obama? Não há nenhum tipo de agenda para o próximo mandato. Menos mal que não haverá (um segundo mandato de Obama)", disse Romney no ato, onde esteve acompanhado por Paul Ryan, candidato a vice-presidente.

"Suas ideias se reduziram a ataques insignificantes e a jogos tolos de palavras", acrescentou, em aparente alusão ao novo termo cunhado pelo presidente americano. "A campanha de Obama se transformou em uma campanha incrivelmente minguante. Eles têm ideias cada vez menores, enquanto nós temos ideias grandes e sólidas", avaliou.

Romney assegurou que, após um eventual segundo mandato de Obama, os Estados Unidos estariam "com US$ 20 trilhões de dívida e a caminho de ser cada vez mais como a Grécia". Por outro lado, quatro anos com ele, prometeu, representariam a criação de 12 milhões de empregos, além de "impulsionar o comércio com a América Latina e fazer frente à China".

O candidato republicano, que passou grande parte desta sexta-feira reunindo-se com assessores em Nova York, estará durante o fim de semana no sul da Flórida a fim de preparar-se para o debate de segunda-feira, que será focado em política externa. Obama, por sua vez, optou por passar o sábado e o domingo recluso na residência de descanso presidencial em Camp David (Maryland).

Primeira Edição © 2011