Trabalhadores gregos aderem à greve e fazem manifestação em Atenas

18/10/2012 07:50

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EFE

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Milhares de gregos se manifestaram nesta quinta-feira, em Atenas, contra os novos ajustes indicados pelo governo e pela troika, em uma jornada de greve geral, que segundo os sindicatos, teve uma grande adesão.

Mobilizados com palavras de ordem como 'Abaixo Governo e a troika' e 'Quando a tirania está institucionalizada, a resistência é um dever', os manifestantes percorrem as principais avenidas de Atenas até o Parlamento, situado na praça Syntagma.

A passeata transcorreu com normalidade e de forma pacífica, embora tenham ocorridos alguns incidentes limitados a grupos de manifestantes violentos e forças antidistúrbios, segundo fontes policiais, que indicaram que cerca de 30 mil pessoas participaram da ação.

A adesão à greve é muito alta, segundo dados divulgados pelo maior sindicato do setor privado, GSEE, que destacou que os estaleiros, os transportes urbanos, ferroviários e marítimos, além de refinarias e portos pararam totalmente seus serviços.

No setor de construção e empregados do comércio, a adesão foi de 90%, enquanto no setor hoteleiro foi de 80%.

Por sua vez, o maior sindicato de trabalhadores do setor público (ADEDY) indicou que a greve teve adesão entre '45% e 90%, dependendo do setor, com uma média de 68%', declarou à Agência Efe seu secretário-geral, Ilias Iliópulos.

A jornada da greve também recebeu um impulso adicional com a convocação de paralisação por parte da Confederação Nacional de Comércio e da Confederação Geral de Pequenos Empresários.

Ao longo do percurso da manifestação, nenhuma loja estava aberta, com exceção de alguns cafés. Fora do centro da capital grega, a adesão foi menor.

'Na Cúpula Europeia de hoje, serão tomadas decisões para os povos europeus sem levar em conta quais são as necessidades desses povos', destacou o presidente da GSEE, Yannis Panagópulos.

'Participo da greve porque meu salário foi cortado em 500 euros nestes três últimos anos', disse Sula, uma empregada da Prefeitura de Peristeri, na periferia de Atenas.

'O importante é que o povo siga lutando e que aproveite a experiência das lutas das gerações passadas para terem seus direitos respeitados', afirmou Veta, um militante comunista.

'Estou manifestando porque o volume do meu negócio foi reduzido em 60% no último ano', diz Dimitris, dono de um café do centro de Atenas.

'Era necessário colocar um pouco de ordem nas finanças do país, mas o que ocorre é a demolição de tudo. Não sei por quantos meses poderei manter minha empresa', acrescentou.

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