Homem que atirou contra três em São Paulo se entrega à polícia

18/10/2012 14:29

A- A+

Globo.com

compartilhar:

O homem que atirou contra três pessoas na manhã desta quinta-feira (18), na região da Aclimação, em São Paulo, se entregou à polícia. A rendição ocorreu por volta das 17h e ele foi levado para o Hospital do Servidor Público Municipal.

Fernando Gouveia tem problemas mentais e reagiu à abordagem de uma equipe que tinha ordem judicial para interná-lo.

De acordo com o tenente coronel da Polícia Militar Marcelo Pignatari, as negociações avançaram durante a tarde, quando Gouveia ficou mais calmo. A PM buscava desde a manhã a rendição.

"Ele está mais tranquilo. Vamos aguardar, as negociações estão avançando, o negociador está conversando com o Fernando, convencendo que a melhor alternativa é se render, se entregar", disse ainda antes da rendição.

Operação policial
A polícia cercou a casa na Rua Castro Alves, na região da Aclimação. Segundo a PM, por volta das 8h30, Gouveia atirou ao receber uma equipe que buscava cumprir uma ordem para interná-lo em hospital psiquiátrico em Itapira, no interior do estado. Foram atingidos uma psicóloga, um oficial da Justiça e um técnico de enfermagem.

Segundo a Secretaria Muncipal de Saúde, os socorridos foram levados ao Hospital Vergueiro. O estado de saúde do técnico de enfermagem Márcio Teles, de 27 anos, da psicóloga, de 45 anos, e do oficial de Justiça Marcelo Ribeiro de Barros, de 49 anos, era considerado estável.

Os três pacientes estão conscientes. Segundo o cirurgião-geral do Pronto-Socorro, o oficial de Justiça, ferido no tórax, aguarda autorização do convênio para uma transferência para um hospital particular. Ele passou por uma drenagem e reagiu bem. Os outros dois feridos, baleados na face, têm estado de saúde estável.

A PM negociou com o atirador pelo telefone celular da mãe do suspeito e também em conversa direta com ele a partir do imóvel ao lado. O Gate isolou a área e moradores da rua não puderam transitar no trecho.

Segundo o tenente coronel Marcelo Pignatari, as conversas foram interrompidas constantemente porque o atirador desligava o celular. O suspeito lia ao telefone trechos de uma petição judicial para interná-lo e demonstrava revolta, segundo o policial.

Gouveia contou à polícia que está ferido no braço e na cabeça. "Provavelmente ele se feriu quando entrou em luta corporal com uma das pessoas que foram cumprir o mandado judicial", disse Pignatari.

Pedido de interdição
De acordo com pessoas ligadas à família do atirador, ele tem 33 anos, não trabalhava e tinha esquizofrenia, constatada em laudo médico. Ele estava hospedado na casa da psicóloga baleada – não há informações sobre a ligação dela com o suspeito.

A família havia entrado recentemente com um pedido de interdição, como medida protetiva para avaliação e internação. Um advogado da família acompanhou a chegada de equipe formada por um oficial de Justiça e três enfermeiros.

Oficial de Justiça
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou nesta quinta-feira (18) que dois secretários do órgão, um da presidência e outro da área de saúde, estão acompanhando pessoalmente a situação do oficial de Justiça baleado nesta manhã. Como o processo pertence à Vara da Família, ele corre sob segredo.

A Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de SP (Aojesp) divulgou nota nesta tarde lamentando o fato de um servidor ter sido baleado em serviço e criticando a falta de segurança durante o trabalho.

O presidente do sindicato dos oficiais de Justiça do estado, Daniel Franco do Amaral, disse que o ferido trabalhava no Fórum Central. Ele afirmou que a insegurança é problema crônico na profissão e que há seis meses uma oficial foi baleada e morreu na capital. “A categoria está assustada”, disse.

Primeira Edição © 2011