Japão divulga supostas provas sobre posse de ilhas disputadas com a China

A briga pelo pequeno arquipélago localizado ao extremo sul do Japão já dura mais de duas décadas, mas a tensão entre os dois países aumentou depois que o governo japonês anunciou a compra de três das ilhas, na semana passada

20/09/2012 14:19

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BBC Brasil

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O governo japonês divulgou nesta quinta-feira em sua página oficial no Facebook documentos históricos que provariam a posse das ilhas Senkaku (ou Diaoyu, como são conhecidas na China).

A briga pelo pequeno arquipélago localizado ao extremo sul do Japão já dura mais de duas décadas, mas a tensão entre os dois países aumentou depois que o governo japonês anunciou a compra de três das ilhas, na semana passada.

Milhares de manifestantes protestaram nas ruas de cidades chinesas contra a compra das ilhas pelo Japão. Prédios de fábricas e escritórios de empresas japonesas foram atingidos pelos manifestantes, que também atacaram consulados japoneses na China.

Entre as provas divulgadas pelo Japão estão uma carta, de 1920, que teria sido assinada pelo cônsul chinês em Nagasaki, na qual ele agradece o resgate de pescadores chineses que naufragaram perto das ilhas Senkaku.

"(No total) 31 pescadores de Hui’an, província de Fujian, se perderam durante uma tempestade de vento e foram empurrados para a ilha Wayo, uma das ilhas Senkaku, distrito de Yaeyama, província de Okinawa, império do Japão", diz o trecho. Para o governo japonês, é uma prova de que a China já reconhecia o arquipélago como parte de Okinawa.

Outro documento é um artigo publicado pelo People’s Daily, a imprensa oficial da China, em 8 de janeiro de 1953, que fala sobre a luta da população local contra a ocupação americana.
No texto é citado o nome Senkaku e não Diaoyu - como os chineses chamam o arquipélago hoje.

Uma terceira prova seria um mapa geográfico publicado pela China em 1933, no qual as ilhas Senkaku são indicadas como pertencentes ao Japão.

Já a China diz que as ilhas Diaoyu são parte de seu território desde tempos antigos, servindo como área de pesca e administrada pela província de Taiwan. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês diz que isso é "totalmente comprovado pela história e está legalmente fundamentado". Mas até agora não apresentou provas concretas e se recusa a ir à corte internacional para resolver a questão.

Primeira Edição © 2011