A Câmara Municipal de Maceió realizou, na manhã desta sexta-feira (10), uma audiência pública para tratar da importância da Unidade de Câncer de Alagoas (Única). O evento ocorreu no plenário da Casa de Mário Guimarães e contou com a presença do secretário adjunto da Secretaria Municipal de Saúde, Edinaldo Vasconcelos, dos parlamentares Marcelo Gouveia (PRB), Heloísa Helena (PSOL), Tereza Nelma (PTdoB) e do próprio presidente da Casa, além de vários representantes da Única e da sociedade civil.

Abrindo a sessão Galba se reportou à inversão de valores que hoje impera na sociedade e, em especial, no governo. O candidato repudiou os milhões que são gastos em obras, não consideradas urgentes. “Fiquei abismado quando soube que foram gastos trezentos milhões de reais para a construção daquele viaduto do aeroporto. Para que serviu aquela obra? Imagine você se aquele montante fosse investido na saúde pública do Estado ou em instituições como a Única. Essa inversão de valores se repete todos os dias, no Brasil, em Alagoas e em Maceió. Precisamos dar prioridade ao que realmente é urgente e cuidar bem das pessoas é uma urgência” – declarou.

Em seguida, a gerente administrativa da Única e nutricionista, Cíntia Lima, realizou uma apresentação sobre os trabalhos realizados pela instituição e as necessidades pelas quais hoje passa. Lima explicou que a Única é uma entidade não governamental que trata de pacientes em fase terminal do Câncer e pontuou as dificuldades financeiras que têm limitado os trabalhos do órgão.

“Somos a única instituição que realiza este trabalho em Alagoas. A falta de incentivos já fechou três leitos da Unidade e hoje só contamos com quatro deles. Até mesmo o Estado encaminha pacientes para nós e nos dói muito ter que dizer não por falta de estrutura. Pedimos o apoio do estado, em todas as suas instâncias, para que olhem por nós e nos dê a oportunidade de continuar proporcionando dignidade aos pacientes em faze terminal do Câncer” – disse Cíntia, agradecendo a Galba Novaes por ter acolhido a iniciativa de realizar a discussão.

O voluntário e paciente da Única, Petes Walmour de Barros, contou sua história e fez um apelo aos vereadores presentes. “Sou portador de câncer e quero dizer que doença não é escolha. Temos muitas dificuldades para garantir um atendimento digno. Tenho plano de saúde, mas este, por sua vez, diz que só tenho direito a ser coberto em determinadas doenças, e o câncer não é uma delas. Procurei atendimento no SUS e foi pior. Consegui acolhimento apenas na Única e é um absurdo ver uma instituição como esta prestes a fechar as portas por falta de incentivo” – contou.

Ao ouvir os depoimentos, o secretario adjunto da Saúde municipal informou quais ações poderão ter tomadas pela prefeitura, a priori, para ajudar a instituição. “O município não vai se furtar de sua responsabilidade. Vamos estudar as formas legais de ajudar a Única” – afirmou, parabenizando a Câmara pela iniciativa.

Contente com o comprometimento da Secretaria Municipal de Saúde, Galba Novaes informou que, juntamente com a vereadora Heloísa Helena, irá apresentar uma Emenda à Lei Orçamentária do município, para o exercício de 2013, para que sejam destinadas verbas à Única. Além da emenda, os parlamentares irão enviar um ofício ao município pedindo que este feche um convênio com a Instituição, de forma emergencial.

“Vamos destinar, através de uma emenda, cem mil reais por mês para possibilitar a continuação deste importante trabalho realizado pela Única. Mas, desde já, vamos cobrar medidas, através de um ofício destinado ao Executivo, pedindo apoio á causa” – explicou Galba, emendado por Heloísa. “Juntos, vamos garantir o convênio a partir de agora, pois esta verba já existe e não há nenhum impedimento legal ou financeiro que inviabilize esta ajuda” - concluiu.

Galba Novaes ainda lamentou o ofício enviado pela Santa Casa de Misericórdia de Maceió, à Casa, informando que o Hospital Nossa Senhora da Guia está fechando as portas. “Cerca de quinhentas parturientes eram atendidas naquela unidade. Não sei como a sociedade vai suportar o fechamento desta maternidade, da maternidade do Hospital Universitário e o caos na Santa Mônica. Volto a dizer: Precisamos rever as prioridades deste estado e do município. A população não pode continuar pagando pela irresponsabilidade de seus gestores ”.

Finalizando a audiência, a presidente da Única, Ângela Velozo, agradeceu a disponibilidade de todos e atenção dada à instituição. “Sinto que a única foi abraçada por pessoas que brigam por políticas corretas. Estou emocionada, pois outras oportunidades já foram dadas, mas nunca com esta certeza e credibilidade de hoje”.