Magno| "Vamos enfrentar a burguesia maceioense e lutar contra a desigualdade social"

Candidato a vereador por Maceió, Magno Francisco acredita que o comunismo é a chave para acabar com a fome e a miséria

09/08/2012 13:33

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Thayanne Magalhães

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Afirmando que seu objetivo é enfrentar a burguesia maceioense, o militante comunista, Magno Francisco da Silva (PCR), é um dos candidatos a vereadores da capital de Alagoas. O jovem político começou sua militância aos 16 anos, na Unidade da Juventude Rebelião (UJR), atuando no grêmio estudantil do Colégio Liceu Alagoano. “Nosso despertar para a política veio exatamente por identificarmos as desigualdades sociais, o nível de exploração em que vive a juventude e o povo trabalhador. Queremos mudar essa realidade”, afirma.

Atualmente, Magno é presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Supermercados de Alagoas (SINDSUPER-AL), e afirma seu compromisso com a classe trabalhadora. “Nosso mandato será comprometido com a luta dos trabalhadores. Também vamos desenvolver uma política para a nossa juventude com programas de emprego e renda. A juventude está abandonada, a mercê da criminalidade, da violência. Por mais que se tragam planos de segurança e aumentem o número de policiais nas ruas, o problema vai continuar por causa da desigualdade, da falta de perspectiva”, opina.

Magno enfatiza a importância da criação de cursos profissionalizantes para os jovens, principalmente nos bairros menos favorecidos. Além disso, o militante também destaca a importância da realização de concursos públicos em Maceió. “Há quanto tempo não temos concurso publico em Maceió? E não é porque temos muitos funcionários, ao contrário, faltam profissionais nas diversas áreas”.

O militante também diz considerar importante a construção de creches públicas nos bairros, para facilitar a vida das mães que trabalham fora de casa, além do passe de ônibus livre para estudantes e desempregados. “O desempregado precisa procurar emprego, mas se ele não tem o dinheiro da passagem como faz para se locomover? A prefeitura tem o cadastro de desempregados e isso já facilita o fornecimento do passe livre”.

Para o candidato, a criação de uma empresa municipal de transporte coletivo seria fundamental para o controle do preço das passagens de ônibus. “Recentemente a Justiça decidiu que a passagem deveria voltar a custar dois e dez [R$ 2,10], lamentável é que nós não acompanhamos nenhum vereador indo para a imprensa e fazendo o enfrentamento com os empresários do transporte coletivo para que a decisão judicial fosse cumprida. A criação da empresa municipal vai mudar esse quadro, com controle social dos recursos para manter a empresa e ainda garantir investimento em outras áreas sociais, como saúde e educação, os empresários terão que melhorar os valores das passagens por conta da concorrência”.

Mandato popular
“De uma forma geral eu poderia dizer que não nos apresentamos como a salvação da pátria, como o Messias, como vemos em muitos guias eleitorais. Nós queremos que o nosso mandato seja popular, instrumento para impulsionar a luta do povo trabalhador. Queremos que os trabalhadores sejam impulsionados a mudar Maceió, queremos que haja independência política para discutir ações em cada bairro e levar para a Câmara, dita como a casa do povo, mas a gente vê que o povo não está lá. Queremos resolver os problemas sociais de Maceió”, afirma Magno.

O militante reafirma que o maior objetivo é enfrentar os poderosos para que os problemas recorrentes de Maceió possam ser solucionados. “Caminhamos pelos bairros da cidade e identificamos que os problemas vêm aumentando. Não existem creches nem postos de saúde para atender a demanda, quando tem posto de saúde, não tem medicamento, nem equipamentos para o atendimento, as vezes faltam até médicos, não existe saneamento básico na parte alta de Maceió, e isso é o resultado de uma política de abandono de gestão, que não tem compromisso com o povo trabalhador, que tem interesse que atender os interesses da elite”, opina.

Magno defende ainda a pressão na gestão pública, para que o problema do saneamento básico seja definitivamente resolvido e que isenção de IPTU. “Só há saneamento básico na parte baixa de Maceió. Na parte alta os moradores precisam construir fossas, proliferando doenças, aumentando a demanda por atendimento médico. Defendemos também que os trabalhadores com renda de até um salário mínimo não pague o IPTU, porque fundamentalmente as ruas de muitas comunidades estão registradas na prefeitura como calçadas e na verdade não estão. E quem mora lá? O povo trabalhador, aqueles que vive com até um salário mínimo. Também queremos a ampliação do PSF [Programa Saúde da Família], que fica mais precário a cada dia. Ele é um elemento fundamental para melhorar a saúde do povo trabalhador, para que os postos de saúde não fiquem lotados e possam atender as demandas da população”, continuou.

Para o candidato, a política local tornou-se planejada, para que seja garantida a manutenção dos mesmos grupos políticos durante o passar dos anos. “Nessa eleição podemos observar a candidatura de filhos, irmãos, netos das mesmas famílias tradicionais que estão na política há anos. Isso se tornou um negócio, a compra de votos e os favorecimentos, que é uma realidade fácil quando existe miséria e desigualdade social entre o povo trabalhador. O que incomoda não é o trabalhador vender seu voto por cinquenta reais, por um botijão de gás, uma dentadura, o que incomoda é ele não ter acesso a isso. E quando ele se vende, fica a dívida com o político, mas a vida nos bairros não muda”.

Para Magno, as más condições nos bairros é responsabilidade dessa elite, que compra votos e quando chega ao poder trabalha para o interesse de uma minoria burguesa.

“Queremos prestar conta ao povo trabalhador, não só financeiramente, mas politicamente, visitando os bairros, vendo os problemas de perto, discutir com a população os problemas da cidade. Será um mandato popular, e não restrito aos gabinetes da Câmara”.

Para o candidato, apesar a compra de votos ser uma característica nas eleições de Maceió, grande parte dos trabalhadores tem aderido às propostas do militante. “Nessa eleição vemos a marca do poder econômico, a compra de votos ainda é uma coisa gigantesca na nossa cidade, entretanto nós temos percebido que as nossas propostas têm tido uma grande adesão por parte dos trabalhadores, o que significa que existe uma parcela da população que não quer mais votar nas 'figuras' que vivem da compra de votos. Condenamos esse tipo de ação e entendemos que as pessoas que fazem isso são exatamente as responsáveis pela péssima condição de vida da população de Maceió”.

Ditadura Militar
“Defendemos a criação da Comissão da Verdade na Câmara de Maceió, pois tivemos vários filhos assassinados pela Ditadura Militar. Pouco fizeram os gorvernantes para resgatar a história, para investigar os responsáveis pela tortura, pelos crimes militares. Vamos resgatar a história dos nosso verdadeiros heróis, que deram a vida pela liberdade, entre eles Manoel Lisboa, Odijas de Carvalho, Gastone Beltrão, Jayme Miranda e outros”, defendeu o candidato.

O que é o Comunismo?
Magno define o Comunismo como uma sociedade onde não há exploração do homem pelo homem, onde os meios de produção pertencem aos verdadeiros produtores da riqueza, que são os trabalhadores. "Só numa sociedade assim não haverá desigualdade, fome. Ao invés de pertencer a uma minoria, a riqueza vai pertencer a todo o povo”, concluiu.
 

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