Na semana em que há exatos 23 anos o Rei do Baião nos deixava a TV Educativa de Alagoas (TVE) está exibindo um documentário inédito sobre a vida de Luiz Gonzaga, trilhando um pouco do caminho daquele que marcaria para sempre a história do povo nordestino. Além de gravações em nosso estado, a equipe de reportagem da emissora educativa também esteve em Exu, cidade natal do artista e em Recife, em visita ao Memorial do Gonzagão.

A exibição desta edição especial do TVE Documenta, dentro das comemorações do Centenário de Luiz Gonzaga, acontece neste sábado, às 15 horas e na próxima terça-feira (7), às 9 da manhã, pelo Canal 3 (TV aberta) e Canal 6 (NET). Os telespectadores terão a oportunidade de conhecer a casa de “Seu Januário” e de “Mãe Santana”, local onde nasceu Gonzagão em 1912 e universo onde flertou pela primeira vez com a sanfona, infuenciado pelo pai - afinador e tocador do instrumento - e contra a vontade da mãe, que chegou a bater no garoto para que esquecesse a sanfona.

Lá em Exu o repórter Fabrício Camboim encontrou Dona Raimunda de Sales, uma senhora de pouca conversa que conviveu com Gonzaga durante mais de 21 anos. O documentário mostra ainda o Parque Asa Branca, o Museu do Gonzagão e ainda a casa onde o Rei do Baião viveu os últimos 7 anos de vida.

A equipe do TVE Documenta também esteve em Recife para visitar o Memorial do Gonzagão, local com o maior acervo do País sobre Luiz Gonzaga, onde é possível encontrar fotos, discos, instrumentos musicais, documentários e até mesmo participar de uma roda de baião com a ajuda dos guias desse equipamento cultural.

Em Maceió o repórter conversou com o instrumentista Tião Marcolino, que lançou recentemente um disco só com músicas de Gonzaga. Outro momento marcante da reportagem é a entrevista com o radialista Luiz e Silva, pernambucano radicado em Maceió que chegou a morar no Rio de Janeiro com Luiz Gonzaga. Luiz e Silva conta detalhes dessa convivência e intimidade.

"A vida de Luiz Gonzaga foi muito intensa, sua história é muito rica”, ressalta Fabrício Camboim. “Nossa ideia era não só relembrar seus grandes sucessos, mas também mostrar um pouco da vida pessoal de Gonzagão. Por isso fizemos uma pesquisa detalhada, vasculhamos tudo sobre o Rei do Baião", observa o repórter.

Centenário - Se vivo estivesse o Velho Lua estaria comemorando 100 anos agora em 2012. Os fiéis súditos do Rei do Baião não o esqueceram e mesmo após 23 anos de sua morte o Centenário tem sido alvo de destaque e comemoração país afora, dada a musicalidade ímpar desse nordestino de Exu, que como poucos soube democratizar sua arte e os costumes típicos da nossa região que carregou consigo por onde andou e até os últimos dias de vida. Gonzagão traduziu como poucos a alma do povo sofredor dos rincões sertanejos, popularizou o xote, o xaxado e o baião, e influenciou gerações de artistas até os dias atuais.