Apenas 38,5% das alagoanas utilizam o leite humano como alimento exclusivo para seus bebês nos primeiros meses de vida. O dado é da última pesquisa do Ministério da Saúde (MS), de 2008, e demonstra o desconhecimento quanto à importância do ato. Para mudar isso, a Secretaria da Saúde (Sesau) iniciou, nesta quinta-feira (2), o Curso de Manejo Clínico em Aleitamento Materno.

O treinamento, que prossegue nesta sexta-feira (3) e acontece no Ritz Suítes Hotel, é voltado para profissionais do Programa de Saúde da Família (PSF), equipes multidisciplinares dos cinco bancos de leite humano de Alagoas e hospitais credenciados pelo Governo Federal como Amigos da Criança. Técnicos de 16 municípios participam da atividade.

Durante os dois dias, serão abordados temas como anatomia das mamas e fisiologia da lactação, vantagens do aleitamento, aconselhamentos, forma correta de segurar a criança, situação de bebês com necessidades especiais e orientações para o caso de problemas no processo. A capacitação vai tratar também do contexto sociocultural e do apoio e proteção à lactante.

Segundo a gerente do Núcleo de Saúde da Criança da Sesau, Socorro Marques Luz, o curso é fundamental para o combate à mortalidade infantil, já que a amamentação é uma das armas nesse sentido. “Esse ato é capaz de melhorar a saúde da mulher e da criança, reduzir a morbi-mortalidade e elevar o nível de qualidade de vida de todos os envolvidos”, explica.

Ela ressalta que a alimentação exclusiva com leite materno auxilia ainda o desenvolvimento infantil. “Amamentar é importante para que a criança tenha dentes fortes, uma boa respiração e desenvolva a fala. Por isso, nos primeiros seis meses de vida, o bebê que mama no peito não precisa de nenhum outro alimento ou líquidos, já que o leite materno é completo”, orienta a gerente.

Além dela, o curso é ministrado também pelas técnicas Suzângela Dória e Rita Aguiar, ambas da Gerência do Núcleo de Saúde da Criança da secretaria. O treinamento faz parte da programação da Semana Mundial de Aleitamento Materno, celebrada de 1º a 7 de agosto, período no qual estão sendo realizadas diversas atividades ligadas à temática.

Mãe de um bebê de seis meses, Valdênia Silva destaca a importância das ações. “É necessário que todas as alagoanas saibam que devem amamentar, em especial as que estão em aleitamento, como eu. Muitas ainda acham que o leite é fraco, que não alimenta. No hospital, estamos sempre incentivando a prática, que ainda ajuda a combater a mortalidade” diz ela, que trabalha no Hospital Regional Santa Rita, de Palmeira dos Índios.

Participam da capacitação, equipes de Batalha, Barra de Santo Antônio, Junqueiro, Craíbas, Capela, Marechal Deodoro, Boca da Mata, Ibateguara, Arapiraca, Santana do Ipanema, Murici, Maceió, União dos Palmares, Palmeira dos Índios, Flexeiras, São Miguel dos Campos, Piranhas, Mata Grande, Maragogi, Delmiro Gouveia, Olho d’Água das Flores e Quebrangulo.

Leite materno – Além de matar a sede, a fome e possuir todos os nutrientes que a criança necessita, com a amamentação o bebê recebe os anticorpos para protegê-lo contra infecções, principalmente diarreia e pneumonia. O leite materno também diminui o risco de alergias, colesterol alto, diabetes e obesidade e favorecer a relação afetiva entre a mãe, a criança e a família.